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Empresa chinesa inventa falso tratamento médico à base de pele de burro

5 de maio de 2020
3 min. de leitura
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Pixabay

A empresa chinesa Dong-EE-Jiao, que fabrica produtos típicos da medicina tradicional asiática oriundos da exploração de animais, doou cerca de R$700 mil em produtos à base de ejiao, uma substância gelatinosa extraída da pele de burros, para hospitais chineses afirmando ser um tratamento alternativo para a Covid-19.

O produto, comercializado como medicamento, não é aprovado por nenhum órgão de fiscalização e não há nenhuma comprovação científica de que a substância tenha fins medicinais. Ativistas em defesa dos direitos animais da organização Brooke alertam que o transporte de peles pode ajudar a catalisar a transmissão do vírus.

Acredita-se os animais mortos para a extração do ejiao têm origem em países da África, Ásia e América do Sul, inclusive do Brasil. O anúncio de falsos tratamentos coincide com alertas mundiais sobre a estreita relação entre a exploração de animais e o risco de novas doenças e pandemias.

Embora autoridades chinesas tenham anunciado a proibição do comércio de animais selvagens e exóticos, peles de burros continuam chegando ao país e sendo comercializadas. Tudo indica que a pandemia não ensinou lições valiosas o suficiente para alterar a dinâmica de consumo do país.

Na última década, houve um aumento pela demanda de ejiao para a produção de medicamentos alternativos e cosméticos. Isso teve um efeito devastador para as populações globais de burros e isso foi sentido, inclusive, no Nordeste brasileiro, que assinou contratos com empresas chinesas para a exportação de animais.

As condições em que os burros são mantidos violam todos os parâmetros de políticas de bem-estar animal. Eles são transportados durante dias sem água ou comida. Os métodos utilizados para matá-los, são cruéis, desumanos e medievais, sem nenhum critério ou fiscalização sanitária.

Gatos pretos

Não são apenas espécies selvagens e exóticos que sofrem, no Vietnã, gatos pretos estão sendo sequestrados e mortos para a produção de um suposto remédio milagroso que está sendo comercializado como a cura para a Covid-19. A denúncia foi feita pela organização No to Dog Meat, que afirma que os animais estão sendo cozidos e transformados em pastas ou bebidas para consumo até de crianças.

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Segundo a organização, a produção deste material está concentrada principalmente na capital do país, Hanói. A ONG divulgou diversas fotos de animais mortos e o processo de produção do “remédio”. Em uma entrevista ao Metro, Julia de Cadenet, fundadora da No to Dog Meat, afirma que assistiu o vídeo de uma investigação que “fez o seu sangue gelar”. Ela também classifica o episódio como “angustiante”.

Julia disse ainda que a crueldade imposta a estes gatinhos é injustificável. “Nossos medos desta pandemia não devem ser usados ​​como desculpa para tratar animais indefesos, que nos procuram por proteção, com total desprezo”, conclui a ativista. No Vietnã e Indonésia, gatos e outros animais são mortos e consumidos por uma parte da população e não há nenhuma lei que proteja estes animais.


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