Num momento de forte crise em todos os setores, em que os animais não são exceção, Organizações de Proteção dos Animais têm tornado públicas as suas diversas preocupações com o presente e futuro dos animais. Uma das espécies que está sofrendo as consequências do necessário Estado de Emergência, e que não tem sido levada em conta, são os pombos.
Assim, três entidades de proteção dos animais de Portugal uniram-se na elaboração de um documento (disponibilizado na íntegra em: https://we.tl/t-WVLTfNdkX5) que tem o objetivo de trazer explicações sobre o tema para ajudar a acabar com mitos absolutamente obsoletos e infundados sobre a espécie.
Neste momento, milhares de pombos estão condenados à fome e a uma morte lenta, ainda mais cruel do que a costumeira captura e posterior matança, através de métodos capazes de traumatizar qualquer indivíduo com sensibilidade.
Os três grupos colocam-se à disposição dos organismos estatais para ajudar a fazer parte da solução de um problema que acreditam que, com trabalho e vontade política, poderá ter um fim à vista.
Para Joana Antunes, coordenadora da PVDP, “é fundamental que se aposte definitivamente no método de controle da população de pombos urbanos através da implementação de pombais contraceptivos e se procure apostar na sua gestão coordenada e eficaz. É preciso aprender com quem estudou e estuda estes animais há tantos anos lá fora, uma vez que em Portugal não existem especialistas nesta matéria”.
“Os pombos são animais sencientes e as cruéis capturas levadas a cabo pelos municípios são passíveis de violar legislação interna e também comunitária, pelo que a insistência neste método cruel acabará por trazer consequências também a nível legal aos municípios”, completou.
Segundo Sandra Duarte Cardoso, Presidente da SOS Animal, “a gestão populacional exercida pela maioria das entidades governamentais não recorre à ciência aliada à ética. Recorrentemente perpetuam metodologias desatualizadas, que custam sofrimento e morte a milhares de animais todos os anos. Não é aceitável do ponto de vista civilizacional, que o controle de populações possa ser exercido pela escassez ou ausência de alimento e outros métodos como a matança indiscriminada. É uma prática cruel, sem ética e não há ciência alguma que possa justificar esta barbárie para com mais estes animais não humanos.”
Rita Silva, Presidente da ANIMAL reforça: “num momento como o que atravessamos, em que se impõe que tenhamos ainda mais empatia para com quem nos rodeia, seja de que espécie for, felizmente é permitido pelo Decreto que regulamenta o Estado de Emergência, sair, com os devidos cuidados, para alimentar os animais. Os pombos também são animais! Pois bem, o mínimo que se pode requerer é que sejam cessadas quaisquer capturas e que ninguém seja punido por matar a fome a quem, mais tarde ou mais cedo, a fome acabará por matar”.
O documento poderá ser conferido em: https://we.tl/t-WVLTfNdkX5