A violência no campo é um mal que atinge pessoas e animais. Recentemente, o Santuário Paz e Bem, que fica em Minas Gerais, foi alvo dessa violência.
Já noticiamos aqui na ANDA sobre esse santuário, ele dá a merecida aposentadoria para equídeos que foram vítimas de maus-tratos em ambientes urbanos, mas também abriga outros animais, dentre eles, umas poucas vacas que foram herdadas pela proprietária.
Ocorre que, em meados do mês de março, duas dessas vacas criadas com amor e protegidas dos matadouros, desapareceram. Segundo o caseiro, elas foram sequestradas no pasto, mas sem nenhum sinal de arrombamento de cerca ou porteira. Evaporaram, alega ele.
As vacas se chamavam Andorinha e Penelope. Eram mãe e filha. “Meu avô deu Andorinha de presente para meu filho logo que ele nasceu. Disse que era pra ser de estimação e pra ele aprender a gostar de bichos. Hoje ele já tem 12 anos e ficou inconsolável”, conta Samylla.
Enquanto Andorinha já era uma senhorinha, Penélope estava jovem e robusta, tinha acabado de ter neném. O mais triste é que a bezerrinha estava junto da mãe, mas foi deixada pra trás. Ela está sentida. “Estamos cuidando dela, fornecendo alimentação e vitaminas, mas ela só emagrece”, explica Samylla, que desabafa: “ter um santuário é estar no front de um convite, pelo exemplo, para que as pessoas enxerguem os animais como seres vivos, que merecem respeito. Eles chegam aqui após uma vida de sofrimento. Cuidar deles é a parte mais fácil, embora dispendiosa. O mais difícil é lidar com as pessoas, mostrando a elas que num santuário os animais são protegidos e devem ser tratados com amor e respeito, como todos os outros deveriam ser. Aqui cada um deles tem um nome, uma história. Pra nós, eles não têm valor econômico, são vidas.”
Um boletim de ocorrência foi feito e a polícia investiga o caso. Enquanto isso, a pequena bezerrinha orfã, ganhou o nome de Clara e continuará recebendo alimento e amor. Vamos torcer para que ela sobreviva e consiga esquecer as cenas terríveis que vivenciou, ao ver sua mãe ser levada por criminosos.