EnglishEspañolPortuguês

Brasil mata 128 mil porcos por dia

20 de março de 2020
3 min. de leitura
A-
A+
Pixabay

Já se perguntou qual é o mamífero mais morto para consumo no Brasil? Se pensou em porcos, você acertou. No país, são mortos pelo menos 5,33 mil porcos por hora, 128 mil por dia e 3,84 milhões por mês.

Mais de 46 milhões de animais mortos por ano

Chegamos a esses números com base em cálculos amparados na soma de dados trimestrais da morte de animais para consumo disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE).

No Brasil, tanto por fatores culturais de consumo quanto econômicos, a morte de porcos tende a subir nos últimos meses do ano. Em 2019, por exemplo, foram mortos 11,87 milhões de porcos de outubro a dezembro, um acréscimo de 600 mil em comparação aos 11,27 milhões de janeiro até março.

Não há como negar que se trata de um número surpreendente de mortes. Mais de 46 milhões de indivíduos de uma espécie mortos por ano para consumo é algo que faz pensar, considerando que toda essa matança tem como finalidade atender a um anseio não essencial.

Intercambiamos tipos de violência

Afinal, bacon, pernil, bisteca, copa-lombo, pancetta, ossobuco, maminha e costela de porco não são alimentos imprescindíveis à vida humana, além de, vários destes pedaços de animais disponíveis para consumo, serem há muito tempo associados ao desenvolvimento e agravamento de problemas de saúde.

Em uma simples ponderação, é fácil reconhecer que intercambiamos tipos de violência – contra os animais e então contra nós mesmos, como consequência de predileções que preservamos por dois fatores associáveis – costume e paladar (associado ao efêmero prazer).

Enquanto pensamos nisso, 88 porcos são mortos por segundo no Brasil. Você já viu caminhões transportando esses animais para o matadouro? Se sim, a capacidade pode variar de 86 a 144 suínos – o que significa que essas são as quantidades de porcos que deixam de existir a cada um ou dois segundos no Brasil.

Subestimamos a capacidade dos porcos

Ainda que inteligência não deveria servir como baliza na consideração ao direito à vida, mas a básica capacidade de senciência, é válido reconhecer como subestimamos os animais que matamos para consumo.

No caso dos porcos, por exemplo, o estudo “Pigs (Sus scrofa domesticus) categorize pictures of human heads”, publicado pelo Jornal da Sociedade Internacional de Etologia Aplicada, prova que os porcos não são apenas curiosos e têm boa capacidade de aprendizado, mas possuem uma boa memória de longo prazo.

Também conseguem enganar deliberadamente outros porcos e podem antecipar necessidades e intenções. “O experimento mostra que os porcos podem se lembrar de estímulos visuais e responder adequadamente”, informa a pesquisa.


Gratidão por estar conosco! Você acabou de ler uma matéria em defesa dos animais. São matérias como esta que formam consciência e novas atitudes. O jornalismo profissional e comprometido da ANDA é livre, autônomo, independente, gratuito e acessível a todos. Mas precisamos da contribuição, independentemente do valor, dos nossos leitores para dar continuidade a este imenso trabalho pelos animais e pelo planeta. DOE AGORA.


 

    Você viu?

    Ir para o topo