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Investigação liga maiores empresas de carne com assassinatos na Amazônia

6 de março de 2020
2 min. de leitura
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A JBS e sua concorrente Marfrig podem estar envolvidas com brutais massacres em Mato Grosso

Interior da empresa de carnes Marfrig. Foto Greenpeace

Nove homens foram brutalmente assassinados em abril de 2017,  no que ficou conhecido como o “Massacre de Colniza”, em Mato Groso. Os homens estavam agachados em áreas remotas de florestas. Alguns mostraram sinais de tortura, enquanto outros foram esfaqueados ou baleados.

Uma nova investigação ligou a maior empresa de carne do mundo, a JBS, e sua rival Marfrig, a uma fazenda cujo dono pode estar envolvido nos assassinatos. O relatório da Repórter Brasil coincide com o momento em que a JBS enfrenta denúncias por falhas de transparência em sua cadeia de suprimentos de bois na Amazônia.

Reportagem do The Guardian do dia 3 de março diz que, segundo acusações dos promotores estaduais no Mato Grosso, o massacre foi realizado por uma quadrilha conhecida como “os encapuzados”. O objetivo, segundo eles, era aterrorizar os habitantes locais, conquistar a terra em que viviam e extrair recursos naturais valiosos.

Em maio de 2017,  Valdelir João de Souza, um agricultor que possuía duas empresas madeireiras foi acusado de homicídio e por  fazer parte de um grupo paramilitar ilegal. Os promotores disseram que Souza havia ordenado o massacre e desde então ele é foragido – continua a reportagem.

“Os registros sanitários do governo vistos pela Repórter Brasil mostram que, em 9 de maio de 2018, 143 bois foram vendidos pelas fazendas Três Lagoas e Piracama para uma fazenda de Maurício Narde. Minutos depois, a fazenda de Narde vendeu 143 animais do mesmo sexo e idade – 80 bois entre 13 e 24 meses e 63 com mais de 36 meses – para um frigorífico da JBS”.

Em junho de 2017, segundo documentos judiciais em um caso separado, Narde trabalhava em uma serraria de propriedade de Souza em Machadinho d’Oeste, no estado de Rondônia. Ele ainda trabalha na mesma serraria, embora tenha mudado de nome e não seja mais controlado por Souza. Contatado pelo Guardian por telefone, Narde confirmou a transação, mas não explicou por que ele havia vendido o gado depois de comprá-lo minutos antes. Leia reportagem especial completa AQUI

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