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Reino Unido realizou mais de 2 milhões de testes em animais em 2017

10 de fevereiro de 2020
4 min. de leitura
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Ao todo, mais de 29 milhões de experiências foram realizadas nos 28 países que compõem a União Europeia em três anos


Animal Defenders International

O Reino Unido foi a região europeia que mais realizou testes em animais em 2017, revelou o relatório da Comissão Europeia divulgado no dia 6 de fevereiro. Pela primeira vez, o documento apresentou detalhes dos testes em cada um dos 28 países membros da União Europeia (UE). Refere-se ao período observado os anos de 2015, 2016 e 2017. Ao todo, foram 29.392.809 testes. Somente em 2017, o número chega a 9.581.741 no Reino Unido, representando 19,6% de toda a UE. O relatório informa, ainda, que os países que compõem o Reino Unido realizaram 2.574.875 experimentos em 2017, incluindo procedimentos de modificação genética.

Projeção Dailymail

Os animais mais explorados pela indústria de testes são os camundongos e ratos, como explica o site Daily Mail. Embora a UE possua rigoroso regulamento a respeito da “reutilização de animais” em testes, alguns passam pela experiência mais de uma vez. Dentre as ovelhas, por exemplo, 71% são levadas a mais de um teste. Esse número cai para 44% em relação aos gatos e 36% quanto aos cães.

As entidades de defesa dos direitos animais pedem que o governo do Reino Unido reduza este número, uma vez que não faz mais parte do grupo da UE. Kerry Postlewhite, diretor de assuntos públicos da Cruelty Free International, grupo de proteção e direitos animais, afirma que “esta é uma tabela de classificação da qual o Reino Unido não deve se orgulhar em liderar” e pede que a administração dos países apresente projetos visando a diminuição dos testes em animais.

Animal Defenders International

Jan Creamer, presidente da ONG Animal Defenders International, acrescenta que “como o maior utilizador de animais em pesquisa na Europa, o Reino Unido precisa acompanhar o assunto e estabelecer um plano para revisar e substituir testes em animais por métodos avançados de pesquisa na primeira oportunidade”. Ao lado da instituição Pessoas Para o Tratamento Éticos dos Animais (PETA), Creamer explica que a maioria dos testes em animais pode ser substituída pelo uso de bancos de dados, técnicas analíticas sofisticadas, microdosagem, simulações e modelagem em computador, tecidos humanos e células 3D.

“Poucas experiências com animais – por mais dolorosas ou irrelevantes – são proibidas por lei”, diz a consultora de políticas científicas da PETA, Julia Baines: “A PETA está pedindo à UE que reconsidere nossa dependência desses procedimentos arcaicos e defenda o financiamento e o desenvolvimento de tecnologias humanas e relevantes para o ser humano. É aqui que reside o futuro da ciência e da saúde humana”, afirmou.

Em contrapartida, o diretor executivo da Associação Europeia de Pesquisa Animal (EARA na sigla original), Kirk Leech, afirmou em um comunicado que “usar os animais como modelo de pesquisa costuma ser a única maneira de desenvolver novos tratamentos e entender o corpo humano”. Apesar disso, ele parabenizou a Comissão Europeia por tornar esses números públicos. Em resposta a Leech, a entidade filantrópica Cruelty International afirmou que, de todos os experimentos realizados, mais de dois terços (68%) não são exigidos por lei e podem ser evitados.

Além dos números de testes, o relatório também informa a reação dos animais. De todas as experiências na UE em 2017, 6% (621.054) resultaram na não recuperação do animal. Em três anos, esse total chega a quase 1,85 milhão de animais. Mais de um milhão de testes resultaram em uma reação “grave”. “Em geral, porém, mais de 50% de todos os usos em pesquisas e testes são de gravidade leve”, diz o documento. O sofrimento leve pode ser uma coleta de sangue enquanto o sofrimento moderado pode ser semelhante a uma cirurgia.


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