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Contra crise climática, UE discute imposto sobre a carne

5 de fevereiro de 2020
3 min. de leitura
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CE Delt sustenta que um tributo criado especificamente para a carne e com a finalidade de favorecer o meio ambiente pode garantir redução de emissões de CO2 de até 120 milhões de toneladas por ano | Pixabay

Hoje (5), membros do Parlamento Europeu, uma das principais instituições da União Europeia (UE), discutirão a possibilidade de adição de um imposto sobre a carne que visa contribuir no combate à crise climática.

O tributo sugerido pela True Animal Protein Price Coalition (TAPP) garantiria aumento de até 25% sobre o o preço da carne vermelha. O imposto também será estendido à carne de frango e de porco, embora com um percentual menor.

A sugestão vem amparada por um relatório da CE Delt, organização de pesquisa e consultoria sediada na Holanda, que apresenta dados apontando os custos ambientais da produção de carne – incluindo desmatamento, perda de biodiversidade e emissões de carbono.

A CE Delt sustenta que um tributo criado especificamente para a carne e com a finalidade de favorecer o meio ambiente pode garantir redução de emissões de CO2 de até 120 milhões de toneladas por ano – o equivalente à soma das emissões de quatro países da União Europeia: Irlanda, Dinamarca, Eslováquia e Estônia.

A reunião para discutir o assunto hoje (5) foi organizada pelos eurodeputados Mohammed Chaim e Sylwia Spurek em parceria com a organização Compassion in World Farming (CIWF).

Dieta vegetariana, mais benéfica para o meio ambiente
Um estudo intitulado “Nature Sustainability”, realizado pela Comissão Europeia e publicado pela Nature Research, defende que o consumo de carne incorre em mais desperdícios de recursos naturais e menos economia desses recursos mesmo em uma dieta considerada saudável. Segundo o trabalho, uma dieta vegetariana requer cinco vezes menos água do que uma dieta padrão (que inclui o consumo de carne) e que é qualificada como saudável.

A pesquisa foi coordenada pelo Centro Comum de Investigação, que realiza investigações que fundamentam as políticas da União Europeia oferecendo aconselhamento científico independente baseado em dados concretos. O trabalho enfatiza que uma dieta vegetariana é mais sustentável porque reduz de forma consistente o desperdício de recursos hídricos.

Segundo o estudo, o conceito de pegada hídrica tem sido reconhecido como sendo altamente valioso para aumentar a conscientização sobre a grande quantidade de recursos necessários para produzir os alimentos que consumimos. Em uma dieta vegetariana a economia de recursos hídricos pode chegar a 55%, conforme os dados do Centro Comum de Investigação.

O trabalho considerou o impacto da dieta onívora padrão (que inclui alimentos de origem animal), dieta pescetariana e dieta vegetariana. A terceira levou vantagem sobre as outras duas em todos os aspectos – mesmo quando as dietas com carnes, ovos e laticínios são promovidas como saudáveis. O que prova que uma dieta baseada em alimentos de origem animal nunca é a melhor para o meio ambiente.


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