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Número de animais mortos na Austrália pode ser bem maior

7 de janeiro de 2020
2 min. de leitura
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Foto: Instagram/@bradfleet

No final de semana, o professor de ecologia da Universidade de Sydney, Christopher Dickman, publicou um artigo explicando que a estimativa de que 480 milhões de animais foram mortos na Austrália pode estar bem abaixo da realidade.

Dickman, que já trabalhou com estimativas semelhantes e produziu o relatório original que serviu como referência primária, defende que os dados divulgados até o momento na mídia se basearam em números que não condizem exatamente com a realidade atual.

As estimativas de densidade foram obtidas a partir de pesquisas publicadas muito antes, com até mais de dez anos, e também de estudos realizados em outras partes da Austrália. Além disso, as estimativas dizem respeito principalmente a mamíferos, répteis e aves, sem incluir animais como morcegos, sapos e insetos, por exemplo.

“Os autores deliberadamente empregaram estimativas altamente conservadoras ao fazer seus cálculos. A verdadeira mortalidade provavelmente será substancialmente mais alta do que a estimada”, declarou em artigo publicado pela Universidade de Sydney no fim de semana.

“Muitos dos animais afetados provavelmente foram mortos diretamente pelos incêndios, enquanto outros sucumbiram mais tarde devido ao esgotamento dos recursos alimentares e de abrigo, além da predação de felinos selvagens introduzidos, assim como as raposas vermelhas.”

E acrescenta: “A vida selvagem da Nova Gales do Sul está seriamente ameaçada e sob crescente pressão de uma série de ameaças, incluindo desmatamento, pragas exóticas e mudanças climáticas.”

A Austrália, que conta com mais de 300 espécies nativas de mamíferos, possui 244 que são encontradas somente no país. Ou seja, em nenhum outro lugar do mundo.

“Cerca de 34 espécies e subespécies de mamíferos nativos foram extintas na Austrália nos últimos 200 anos, a maior taxa de perda para qualquer região do mundo”, lamenta.

Saiba mais

Christopher Dickman tem mais de 30 anos de experiência trabalhando na área de ecologia, conservação e manejo de mamíferos australianos. Ele é ex-presidente da Sociedade Australiana de Mamíferos, ex-presidente do Comitê Científico da Nova Gales do Sul e membro da Academia Australiana de Ciências.


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