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Santuário no Brasil se dispõe a receber primatas sobreviventes do zoo da Alemanha

15 de janeiro de 2020
4 min. de leitura
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No início de janeiro, 30 animais morreram em incêndio em um zoológico da cidade de Krefeld, entre eles grandes primatas

Foto GAP Brasil

Cinco orangotangos (Suria, Lea, Sungai, Changi e Bunjo), dois gorilas (Massa e Boma)  e o chimpanzé Charly estavam entre os animais mortos pelo incêndio no Zoológico de Krefeld (Alemanha), na primeira noite do ano. Outros pequenos primatas, mamíferos e aves também foram queimados vivos. Já se sabe que o incêndio foi provocado por balões de papel de seda com desejos para o Ano Novo conhecidos como lanternas voadoras chinesas.

Diante da tragédia, o GAP Brasil – Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba, em SP, junto com o Projeto GAP Internacional (Great Ape Project), faz um pedido urgente às autoridades alemãs: que transfiram para o santuário os chimpanzés sobreviventes e profundamente traumatizados.

“Os animais morreram no incêndio porque estavam presos em cubículos à noite, uma prática comum em zoológicos, que os guardam quando anoitecem. Simplesmente não tinham como fugir do fogo, agravado pelo fato da falta de equipamentos e monitoramento de segurança. No santuário em Sorocaba, os chimpanzés vivem em recintos amplos, uma média de 1000 metros quadrados, e tem total liberdade de ir e vir entre as áreas abertas e cobertas”, diz Pedro Ynterian fundador do GAP Brasil.

Foto Alexas/Pixabay

Para Pedro Pozas Terrados, diretor executivo do Projeto GAP Espanha, os jardins zoológicos de hoje não devem existir e, em troca, devem ser convertidos em centros de resgate não visitáveis: “Hoje temos muitos meios virtuais para mostrar a nossos filhos como os animais são e não vê-los em cativeiro, mas em seu habitat e em liberdade”.

“O Projeto GAP solicita uma nova legislação sobre zoológicos na Espanha, com uma regulamentação mais rígida que a existente, pois tratam-se de seres vivos que sentem e que os forçamos a posar para divertir as crianças com seus pais, em um sinal claro de distorcer a verdadeira educação”, complementa.

Leia abaixo trechos do manifesto oficial do Projeto GAP Internacional sobre a tragédia da Alemanha:

Foto Marcel Langthim/Pixabay

2020 começa com uma nova tragédia no zoológico de Krefeld, localizado a oeste da Alemanha, causada por uma lanterna chinesa voadora que caiu em instalações precárias e sem segurança. Em contato com o GAP Alemanha, nos informam que a tragédia poderia ter sido evitada. O recinto onde os animais queimados e asfixiados foram encontrados estava em péssimas condições. Sua construção data de 1975 e o incêndio por negligência foi até o cimento.

Não havia guarda ou zelador que para pedir ajuda a tempo (os vizinhos foram os primeiros a denunciar o incêndio e, quando os bombeiros chegaram, era muito tarde para que interferissem). Nenhum sistema de alarme foi instalado. Também não havia sistema de pulverização para combate a incêndios ou recintos ao ar livre nos quais os animais pudessem ter sido salvos. Eles estavam presos em suas pequenas gaiolas para dormir.

No incêndio, cinco orangotangos de Bornéu (Suria, Lea, Sungai, Changi e Bunjo), dois gorilas das planícies ocidentais (Massa e Boma) e o chimpanzé Charly morreram. Diversas macacos, morcegos e pássaros exóticos também foram vítimas. Mais de trinta animais.

Foto Musthaq Nazeer/Pixabay

Agora o zoológico planeja novamente reconstruir as instalações queimadas o mais rápido possível por meio de seguro contra incêndio e doações e adquirir novos grupos de reprodução para orangotangos e chimpanzés.

Para o Projeto GAP, os zoológicos devem ser convertidos e simplesmente ser centros de resgate de animais nativos, levando animais exóticos para santuários. Grandes primatas devem ser tirados deles. Inúmeros relatórios científicos já demonstram que eles não deveriam ser presos em cativeiro porque pertencem à nossa própria família Hominidae e até pedem que o chimpanzé e o bonobo façam parte do nosso próprio gênero Homo.

Da mesma forma, para esta organização, todos os animais em um zoológico são meros “objetos” sem vida. Lhes foi tirada essência da vida, a cultura de sua própria espécie e só são mantidos nas instalações com um claro benefício econômico, sob a falsa crença de que são mantidos assim para a sobrevivência das espécies. Quando o zoológico é fechado ao público, todos os animais, incluindo grandes símios, são trancados em suas gaiolas.

Fonte: Projeto GAP Brasil

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