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Mais de dez cabeças decapitadas de cangurus são encontradas no interior da Austrália

27 de dezembro de 2019
5 min. de leitura
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Foto: Facebook/Kangaroos Alive
Foto: Facebook/Kangaroos Alive

Um homem encontrou 11 cabeças de cangurus decapitadas no interior australiano. Infelizmente e para vergonha do país o governo autoriza anualmente a morte de milhares desses animais alegando “superpopulação”.

A forma escolhida pelas autoridades é a morte dos animais em meio a tantas outras soluções possíveis como explicam ONGs de proteção animal sediadas no país como a RSPCA (The Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals).

Porém os requintes de crueldade usados nesses animais que foram espancados até a morte e, posteriormente, decapitados são ilegais além de considerados repugnantes pelas autoridades responsáveis.

Os corpos dos animais foram encontrados no mês passado nas Blue Montains (Montanhas Azuis) de New South Wales (NSW) e foram mortos por caçadores comerciais (pagos pelos governo para matar cangurus).

Em um vídeo compartilhado na página da ONG de proteção animal Kangaroos Alive (Cangurus Vivos) no Facebook, o homem descreveu que muitos dos animais foram espancados até a morte.

“Este foi baleado no pescoço e imobilizado no chão, o animal foi pressionado a um ponto em que o atirador poderia se aproximar dele e colocar a bota nele ou prendê-lo com uma barra de ferro”, disse ele.

“Então ele foi espancado até a morte, morreu de trauma secundário. A bala não foi a principal causa de morte”.

Foto: Siggy Nowak por Pixabay
Foto: Siggy Nowak por Pixabay

“Esses caçadores parecem não conseguir acertar o tiro mortal que a indústria promove”.

Ele disse que um dos cangurus baleados era jovem ainda, enquanto muitos não tinham balas na cabeça – o que significa que foram mortos de outras maneiras.

Caudas mutiladas e ensanguentadas também foram encontradas na área.

O aparecimento dos corpos de cangurus decapitados acontece após outro ataque ao animal australiano.

Em novembro, cerca de 40 corpos de canguru mutilados e apodrecendo apareceram em um campo depois de serem baleados, decapitados e estripados na cidade de Dunkeld, 260 km a oeste da cidade de Melbourne.

Cabeças, caudas, patas e entranhas foram deixadas espalhadas pelo campo, deixando os moradores horrorizados.

Foto: Pinterest
Foto: Pinterest

Na Austrália, os caçadores devem possuir uma licença para matar cangurus comercialmente.

Existe um regulação para a morte de cangurus autorizadas pelo governo, é o “Código Nacional de Práticas para Tiro Humanitário em Cangurus e Wallabies para Fins Comerciais” que declara que o animal deve ser atingido no cérebro para que o tiro “minimize toda a dor e o sofrimento”.

O código também diz que os animais devem ser mortos apenas com uma arma de fogo específica.

Há quase o dobro da quantidade de cangurus do que de pessoas na Austrália, e muitos os veem como “pragas” porque causam danos às cercas, comem forragens e colheitas e causam acidentes nas estradas.

Infelizmente, contaminada pela doutrina do especismo a sociedade acredita que o ser humano é superior às demais espécies que habitam o planeta e por isso pode deliberar sobre seu direito de vida e morte e fazer delas o que bem entender. Como bem entender.

Foto: Pinterest
Foto: Pinterest

De acordo com dados da ONG Animals Australia, 1,34 milhão de cangurus foram mortos pela indústria de caçadores comerciais em 2016.

Tendo adotado a morte como solução para a questão e ignorando qualquer direito à vida dos animais, todos os anos a Austrália tem uma cota estabelecida de mortes para ajudar a gerenciar a população de cangurus, mas esse número raramente é alcançado.

Mas a RSPCA alertou que os programas de morte de cangurus costumam levar em consideração apenas o tamanho da população e não se baseiam em provas concretas se os cangurus realmente causam danos.

A entidade disse: “São estabelecidas cotas para as mortes comerciais de cangurus que não mais relacionam a redução da população diretamente à mitigação de danos”.

Os planos de gerenciamento das populações de cangurus do país tratam os amimais como um recurso sustentável disponível para uso comercial: “Dados os impactos da seca e das mudanças climáticas, há um debate sobre o efeito da atual abordagem do uso sustentável sobre as futuras populações de espécies exploradas comercialmente”, de acordo com a ONG.

Foto: Pinterest
Foto: Pinterest

Segundo a organização, mais recursos devem ser alocados para soluções não-letais de gerenciamento de cangurus.

A RSCPA acrescentou que o manejo de cangurus deve se concentrar mais no “valor intrínseco que a comunidade atribui à vida selvagem australiana”.

Caçadores de cangurus têm matado cerca de 100 mil animais todos os anos na última década.

O número mais alto foi em 1995, quando foram mortos covardemente mais de 360 mil animais indefesos. As informações são do Daily Mail.

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