O período de férias está diretamente relacionado ao aumento de crimes praticados contra os animais, que são maltratados e abandonados por tutores que vão viajar sem se preocupar com o bem-estar dos cães e gatos
As denúncias de maus-tratos e abandono de animais aumentam no final de ano na Grande Florianópolis, em Santa Catarina. Na cidade se São José, os casos são denunciados à Diretoria do Bem-Estar Animal (Dibea).
Além dos animais deixados na rua, muitos são abandonados em casas vazias por tutores que vão viajar. Para adentrar nas residências, muitas vezes a equipe da Dibea conta com a ajuda da Guarda Municipal. As informações são do portal ND+.
De acordo com Helena Márcia, diretora da Dibea de São José, os cães resgatados costumam ser adotados por outras pessoas, já que os tutores não vão buscá-los. “As pessoas têm receio de serem processadas”, acredita a diretora.
A maior parte das denúncias são feitas por vizinhos. “Eles ligam aqui e dizem: ‘tem uma semana que o tutor não aparece’, então nós vamos lá atender”, conta Márcia.
Dentre os casos atendidos pela Dibea está o de coelhos e de uma tartaruga mantida dentro de uma bacia, sem espaço para se mexer. Até o dia 27 de dezembro, 300 denúncias foram registradas. A última delas foi de um cão abandonado na rua na região da Colônia Santana. A denunciante anotou a placa do veículo usado para abandonar o animal e fez a denúncia.
Evelyn Schweitzer, a testemunha do caso, disse que o cão correu atrás do tutor, que foi embora. “É muito triste e isso se repete com frequência aqui [na Colônia Santana]”, lamenta.
A estudante já presenciou também o abandono de filhotes, que foram resgatados por um morador. “Eu mesma tenho uma cadela que peguei na rua, mas não posso adotar todos. Muitos ficam perambulando pelo bairro”, diz Evelyn.
A diretora da Dibea critica, no entanto, denúncias falsas. “Às vezes um vizinho brigou com o outro e para prejudicar faz uma denúncia que não se sustenta para se vingar do outro. Enquanto estamos nessa falsa denúncia outros animais podem estar correndo risco”, relata.
Por causa dos trotes, a Dibea criou critérios de classificação de riscos, por meio dos quais separa os casos entre de baixo e de alto risco.
Para dar conta da demanda alta de crimes cometidos contra os animais, a equipe da diretoria conta com a ajuda de cerca de 60 protetores de animais. “Sem eles nosso trabalho seria impossível”, reconhece a diretora. Outros órgãos da prefeitura de São José também auxiliam nos casos.
Algumas denúncias são relacionadas a tutores que mantêm os animais acorrentados. Para combater essa prática cruel, a Dibea começou a realizar palestras em escolas da rede municipal, conscientizando as crianças.
“Muitas crianças ficam assustadas porque os pais ou avós prendem os cães de casa em correntes, então conversamos e explicamos que eles fazem isso porque era assim que faziam os pais deles e que eles não tinham conhecimento. Não podemos também estigmatizar as pessoas”, diz Márcia.
Para denunciar casos de maus-tratos e abandono de animais em São José, basta acionar a Ouvidoria da Saúde, que encaminha as denúncias para a Dibea. O telefone para contato é o 0800- 645-9889.