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Gases do efeito estufa alcançam níveis recordes na atmosfera

30 de novembro de 2019
4 min. de leitura
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Consequências incluem temperaturas crescentes, condições climáticas extremas, escassez de água, aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos e perturbações nos ecossistemas


Temperaturas crescentes, condições climáticas extremas, escassez de água, aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos e perturbações nos ecossistemas. Essas são algumas das graves consequências que as gerações futuras enfrentarão devido às mudanças climáticas.

“Mais uma vez, batemos recordes”, afirmou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas (Foto: Pixabay)

De acordo com o último Boletim de Gases de Efeito Estufa da Organização Meteorológica Mundial, os chamados gases do efeito estufa “de longa duração” causaram, desde 1990, um aumento de 43% no total de forças radiativas – responsável pelo efeito do aquecimento no clima.

“Mais uma vez, batemos recordes”, afirmou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, referindo-se às 407,8 partes por milhão da última leitura realizada, em 2018 – ano referente aos dados apresentados no Boletim.

“Isso já aconteceu há dois anos e o aumento da concentração de dióxido de carbono continuou”, explica Taalas. “O aumento do ano passado foi praticamente o mesmo que observamos nos últimos 10 anos, em média”, acrescentou.

Dentre os gases que respondem pelo aumento, o CO² é responsável por cerca de 80%, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos, cujos dados são citados no Boletim da OMM.

Dióxido de carbono: o mais prejudicial

O CO² é particularmente prejudicial no contexto do aquecimento global, pois permanece na atmosfera por séculos – nos oceanos por mais tempo, segundo a organização.

Taalas observou também que, a última vez que a Terra teve concentrações semelhantes de CO², a temperatura “era de 2-3 graus Celsius mais quente, e o nível do mar, 10 a 20 metros mais alto do que agora”.

Em relação ao metano, responsável por 17% das forças radioativas que aquecem o planeta, o secretário comentou que “também estamos quebrando recordes”, pois o aumento do ano passado “foi o segundo mais alto nos últimos 10 anos”.

De acordo com o documento, as leituras das medições globais indicam que o metano atmosférico (CH4) atingiu uma nova alta de 1.869 partes por bilhão (ppb) em 2018, mais de duas vezes e meia o nível pré-industrial.

Aproximadamente 40% do metano vêm de fontes naturais, como zonas úmidas e cupins, mas 60% vêm de atividades humanas, incluindo criação de gado e mineração.

O documento constata que para o CH4, o aumento de 2017 a 2018 foi maior do que o observado de 2016 a 2017 e da média da última década.

Aumento das concentrações de gases

Essa tendência de emissões crescente se repete no caso do óxido nitroso (N²O), com concentrações estimadas, em 2018, em 331,1 ppb – ou 123% acima dos níveis pré-industriais.

“O óxido nitroso contribuiu com cerca de seis por cento do aquecimento até agora”, disse Taalas.

“É proveniente de terras agrícolas e, novamente, temos batido recordes; o crescimento constante da concentração de N²O ainda continua”, acrescentou.

Com base nos dados atuais, não é estimado que as emissões globais enfraqueçam até 2030 (nem mesmo até 2020) se as políticas climáticas existentes permanecerem inalteradas, pressupõe a OMM.

Segundo a organização, resolver isso envolverá a promoção de fontes de energia não fósseis, uma vez que “produzimos 85% da energia global baseada em fontes fósseis – carvão, petróleo e gás”, explica Taalas, “e apenas 15% em energia nuclear, hidrelétricas e renováveis”.

De acordo com o secretário-geral da OMM, para ter sucesso na implementação do Acordo de Paris, “devemos reverter esses números nas próximas décadas”.

China é emissor número um

Destacando a necessidade de a comunidade global combater as emissões, a liderança da OMM explicou que os maiores poluidores “costumavam ser o continente da Europa, a região da América do Norte e os Estados Unidos da América, mas a China se tornou o emissor número um”.

Taalas também sublinhou o crescimento das emissões de países não membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e apontou a necessidade de uma perspectiva e estratégia globais para resolver o problema.

Segundo ele, “a União Europeia, os EUA ou a China não conseguem resolver isso sozinhos. É preciso ter todos os países envolvidos”, pontuou.

Embora os governos entendam que isso é um desafio, o mesmo ocorre com o setor privado, acrescentou Taalas, observando que as empresas estão “cada vez mais interessadas em encontrar soluções”.

Clique aqui para ter acesso ao último Boletim de Gases de Efeito Estufa da OMM.


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