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Câmara terá audiência sobre morte de jumentos para consumo

21 de outubro de 2019
3 min. de leitura
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“O abate de jumentos no Brasil visa atender um anseio meramente comercial e acaba negligenciando questões sanitárias e o bem-estar desses animais” (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

No dia 3 de dezembro, às 14h, a Câmara dos Deputados realizará audiência na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para discutir sobre a morte de jumentos para consumo. A iniciativa é do deputado Célio Studart (PV-CE), que enviou solicitação à Câmara no último dia 10 e que foi aceita esta semana.

No requerimento, Célio Studart alerta, por exemplo, para o alto índice de abandono desses animais. Apenas no Ceará, o Detran criou um órgão que hoje é responsável por recolher os animais abandonados que vagam pelas rodovias. Só no ano passado, resgatou 4,5 mil jumentos nas estradas cearenses. A captura e venda desses animais tornou-se fonte rentável para empresários do ramo, e os asininos acabaram entrando em uma rota de crueldade.

Outro motivo que levou Studart a requerer uma audiência foi a derrubada de liminar que proibia o abate de jumentos na Bahia e a exportação da carne desses animais.

“O abate de jumentos no Brasil visa atender um anseio meramente comercial e acaba negligenciando questões sanitárias e o bem-estar desses animais. Em janeiro de 2019, por meio de denúncia anônima, descobriu-se o estado de insalubridade e calamidade a que vêm sendo submetidos, quando, em Canudos, na Bahia, revelou-se a morte de 200 animais por falta de água e comida”, argumenta o deputado no requerimento.

Segundo Studart, os jumentos que seriam exportados para a China morreram em decorrência de fraqueza e inanição. “Além destes, outros 800 animais foram encontrados na região. Meses antes, em Itapetinga, dezenas de outros jumentos estavam em situação semelhante”, informa.

Vale lembrar também que o consumo da carne de jumento não faz parte dos hábitos dos brasileiros, até porque há uma relação de familiaridade e consideração que se perpetuou culturalmente em relação aos jumentos a partir do século 16.

No entanto, a China que mata cerca de 1,5 milhão de jumentos por ano, seja para o consumo de carne ou para a utilização na medicina chinesa, tem dialogado com o Brasil desde 2015, onde a criação de jumentos é uma tradição, para intensificar a exportação desses animais com finalidade de abate.

Para discutir sobre o assunto, serão convidados representantes do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, ONG Donkey Sanctuary, Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, Ministério da Agricultura e da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Ceará.


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