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Investigação flagra visons e raposas vivendo em condições deploráveis em fazendas de pele

18 de outubro de 2019
4 min. de leitura
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Fotos tiradas em duas fazendas de peles na Finlândia como parte de uma investigação sobre a crueldade da criação de animais | Foto: Kristo Muurimaa/Oikeutta Elaimille
Fotos tiradas em duas fazendas de peles na Finlândia como parte de uma investigação sobre a crueldade da criação de animais | Foto: Kristo Muurimaa/Oikeutta Elaimille

Ativistas pelos direitos animais descobriram visons e raposas sendo mantidos em condições horríveis em 13 fazendas de peles finlandesas visitadas pelos investigadores da ONG Humane Society Internacional.

Os animais foram filmados apresentando feridas dolorosas, muitas delas infeccionadas e até recorrendo ao canibalismo devido à fome, ao stress e a angústia causados pela situação, afirmam os ativistas.

Muitos visons estavam mortos em suas gaiolas minúsculas e imundas, outros estavam doentes ou feridos, condições que incluíam olhos infectados, cortes e feridas abertas.

Também foram observados comportamentos que remetiam a sofrimento mental nos animais, como estimulação do corpo de forma repetitiva na gaiola e o balanço frequente da cabeça, sinais clássicos de dor e tédio.
As fazendas de peles foram proibidas na Grã-Bretanha em 2003. Mas a Finlândia exporta milhões de libras em peles para o mundo todo a cada ano.

A Humane Society International/Reino Unido, que descobriu as cenas angustiantes do sofrimento dos animais nas fazendas no país nórdico, quer que as vendas de peles parem.

Claire Bass, eu trabalha para a ONG, disse ao Mirror: “Todo esse sofrimento para fornecer um produto frívolo do qual a indústria da moda não precisa. O Reino Unido importa milhões de libras de peles da Finlândia, com muitos consumidores britânicos desavisados que compram produtos originários de fazendas como as que visitamos”.

A maioria dos animais é eletrocutada quando tiver apenas oito meses de idade, para que possam ser esfolados pelo seu pelo | Foto Kristo Muurimaa / Oikeutta Elaimille
A maioria dos animais é eletrocutada quando tiver apenas oito meses de idade, para que possam ser esfolados pelo seu pelo | Foto Kristo Muurimaa / Oikeutta Elaimille

“É trágico pensar que os pelos das raposinhas que vimos nessas fazendas poderiam um dia acabar nas prateleiras de lojas”, disse a ativista.

“Vimos algumas centenas dos milhões de raposas e visons em quilômetros de gaiolas em escala industrial. Esses pobres animais jovens existem apenas como fonte para o pelo que possuem, com almas quebradas e atormentadas pelo sofrimento”, acrescentou ela.

“Apesar do que o comércio de peles tenta retratar nas passarelas, não há nada de glamuroso em usar peles. Enquanto os países permitirem que as empresas comercializem peles, somos todos cúmplices dessa crueldade”.

“A Grã-Bretanha foi o primeiro país do mundo a proibir a criação de peles, agora é hora de terminarmos o trabalho e nos tornarmos o primeiro país do mundo a proibir as vendas também, dando o exemplo.”, falou Claire em relação ao local de origem da ONG.

Embora animais selvagens, eles nunca saberão como é experimentar um único dia fora do terrível confinamento dessas gaiolas.| Foto: Kristo Muurimaa/Oikeutta Elaimille
Embora animais selvagens, eles nunca saberão como é experimentar um único dia fora do terrível confinamento dessas gaiolas | Foto: Kristo Muurimaa/Oikeutta Elaimille

O astro Pete Wicks, que se juntou à ONG na investigação, acrescentou: “Foi assustador, não acredito que alguém que tenha visto o estado desses pobres animais, aterrorizados e presos em gaiolas minúsculas seria capaz de usar pele, eu jamais voltaria a usar pele novamente”.

“É ótimo que o Reino Unido tenha proibido a criação de peles, mas não faz sentido que ainda estejamos vendendo peles de fazendas como essas”, falou o ator sobre sua terra natal.

Desde 2003, quase 700 milhões de libras (mais de 3,7 bilhões de reais) de peles foram importados para o Reino Unido, incluindo 14 milhões de libras (em torno de 75 milhões de reais) da Finlândia. A maioria vem da China, EUA, França, Itália e Polônia. No ano passado, o Reino Unido comprou quase 75 milhões (cerca de 403 milhões de reais) em peles.

Os produtos podem ser encontrados nas ruas, de algumas das marcas de luxo mais caras às bancas do mercado. Os peles da Ásia rotuladaa incorretamente como sintéticas também estão entrando na cadeia de suprimentos.

Ano passado, varejistas como Amazon e TK Maxx venderam roupas e bolsas rotuladas como “peles artificiais” feitas de coelho, raposa e cachorro-guaxinim mas eram na verdade peles originais. Eles os removeram das prateleiras quando o problema foi descoberto.

Estima-se que 100 milhões de animais estejam presos em pequenas gaiolas em fazendas de peles em todo o mundo.

Vison são mortos por gases venenosos, enquanto raposas e cães guaxinins morrem por eletrocussão.

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