Espécies que dependem de árvores para fazer ninhos têm a reprodução ameaçada pelo fogo
A queimada que teve início no sábado (12) na serra de São Pedro (SP) ameaça a reprodução de diversas espécies de ave. Dentre elas, chocas, choquinhas, arredios, cambacicas, pula-pula, limpa-folha, tangarás e sairás – animais que usam galhos para fazerem ninhos. Assim como pica-paus e corujas, que dependem do oco de árvores para ter os filhotes e bacurais que fazem ninhos no chão, usando folhas secas. Estimativas indicam que o fogo atingiu pelo menos 20 mil metros quadrados.
De acordo com o ambientalista e guia de observador de aves, Gustavo Pinto, a queimada que atingiu a região traz danos irreversíveis ao meio ambiente.
“Além das aves, a região da Serra é rota de macacos como pregos, bugios e micos, pois eles se alimentam de brotos de árvores, bambus, frutas, ovos de aves e até mesmo aves”, afirmou Gustavo, em entrevista ao Jornal de Piracicaba. “O incêndio está acabando com tudo isso”, alertou.
O ambientalista alerta que várias situações podem ter ocasionado o incêndio. “Precisamos conscientizar a população a não jogar lixos nas bordas das matas, pois com esse sol muito forte basta uma garrafa de vidro para causar danos irreparáveis”, enfatizou.
A Prefeitura de São Pedro informou que uma lei municipal proíbe queimadas em vias públicas e no interior de imóveis, públicos ou particulares, na zona urbana, e também em terrenos marginais a rodovias, rios, lagos ou matas.
Os infratores podem ser punidos com multa que varia de R$ 530,60 a R$ 1.326,50. Se a queimada for realizada entre às 18h de um dia e às 6h do dia seguinte ou aos sábados, domingos e feriados, o valor da multa pode ser dobrado. A prefeitura afirma que está realizando a Operação Corta Fogo, para coibir queimadas, desde o início de 2019 e que já aplicou 28 multas.