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ONG expõe crueldade que antecede a morte de animais para consumo

29 de setembro de 2019
3 min. de leitura
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No vídeo, é possível ver animais sendo arremessados e recebendo chutes, pisadas, socos e outros tipos de agressões


Por David Arioch


Organização defende instalação de câmeras de monitoramento em matadouros | Foto: Reprodução

A ONG espanhola Equalia publicou na semana passada o resultado de uma investigação que mostra a cruel realidade que antecede o abate de cordeiros e ovelhas.

Defendendo a instalação de câmeras de monitoramento em matadouros, a organização apresenta imagens que normalmente estão bem distantes dos olhos do público no mundo todo.

No vídeo, é possível ver animais sendo arremessados e recebendo chutes, pisadas, socos e outros tipos de agressões. Alguns levam vários golpes consecutivos na cabeça e são arrastados como se não fossem criaturas sencientes.

Animais extremamente doentes são jogados sobre os saudáveis e abandonados para morrer – agonizando por até dez horas. Outros são mantidos em ambientes escuros e repletos de sujeira, fezes e urina. Um deles, bastante combalido, se mostra incapaz de abrir os olhos enquanto treme sem parar.

As investigações da Equalia também revelam grande quantidade de pulgas no ambiente em que os ovinos são mantidos em confinamento antes da morte.

Os cordeiros tentam lutar pela vida e logo começam a se debater durante o processo de abate. Pequenos e incapazes de fugir, eles testemunham a morte de seus companheiros enquanto amargam o mesmo destino.

Uma das vítimas chega a ficar pendurada por 30 minutos enquanto assiste a morte de outros ovinos.

No Brasil, cordeiros são mortos cada vez mais cedo

A expectativa de vida do cordeiro caiu ainda mais nos últimos dez anos no Brasil. O animal que já era morto de forma precoce com idade de cinco a seis meses, atualmente é morto com três meses.

O que mudou é que hoje o padrão já é criar o animal em um regime mais intensivo, o que significa mais privação e mais condicionamento nutricional visando ampliar o peso do cordeiro em um período muito menor de tempo.

Foto: Pixabay

No estado de São Paulo, o que favoreceu esse sistema de produção foi a chamada Tecnologia IZ, desenvolvida na década passada pelo Instituto de Zootecnia de São Paulo, vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Um bebê pendurado sobre grilhões pelas patas traseiras e degolado

Após um período de jejum de 16 a 24 horas, o abate é feito com um porrete ou uma pistola pneumática. O cordeiro é imobilizado e recebe uma pancada violenta na cabeça, ou então é acionado um dispositivo que atinge o seu cérebro como uma agulha grossa, o deixando atordoado.

Assim que cai, é pendurado sobre grilhões pelas patas traseiras e degolado. O sangue desse filhote de poucos meses, que se debate durante a morte, é usado na culinária. Depois de sangrado, esfolado, eviscerado, decapitado, além de ter suas patas e glândulas mamárias removidas, extrai-se os rins.

Cordeiros poderiam chegar a 15 e até 20 anos

Do rabo, são mantidas algumas poucas vértebras. Suas partes não comestíveis são descartadas no lixo, como se não houvessem razão para existir. Então o cordeiro é refrigerado até esfriar, quando se inicia o processo de corte.

Morto ainda muito jovem, ele poderia chegar a 15 e até 20 anos caso não fosse reduzido a produto. Depois de esquartejado, seus pedaços são vendidos no atacado e no varejo – os mais procurados são o lombo, pernil, costela, picanha, peito, ombro e braço. Essas são as partes que as pessoas mais gostam de consumir e que são provenientes de uma criança de outra espécie.


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