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Há 33 anos, 67 mil ovelhas eram abandonadas em navio em chamas

12 de setembro de 2019
2 min. de leitura
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Sensibilizada com esse episódio, a artista britânica Sue Coe criou uma obra em homenagem aos muitos animais mortos


Por David Arioch


Divulgação

Há 33 anos, em 23 de agosto de 1986, o navio de transporte de “carga viva” Uniceb deixou Fremantle, na Austrália, em uma viagem com duração de 16 dias até Aqba, na Jordânia. Cerca de 395 quilômetros a leste de Seychelles, um incêndio na sala de máquinas se espalhou até as acomodações da tripulação.

Diante da situação, os tripulantes abandonaram o navio, deixando para trás mais de 67 mil ovelhas. Sensibilizada com esse episódio, a artista britânica Sue Coe criou uma obra em homenagem aos muitos animais mortos em um dos maiores incêndios com ovelhas já registrados na história da Austrália.

Sobre o episódio, ela escreveu: “Havia 67.050 almas a bordo.” Para se ter uma ideia de como a Austrália investe na exportação de ovinos, o país tem pouco mais de 24,6 milhões de habitantes e cria mais de 100 milhões de ovelhas e carneiros, que serão mortos para a extração de lã e carne.

Sue Coe voltou sua atenção para os animais mortos para consumo nos anos 1980

Nascida em 21 de fevereiro de 1951, a artista e ilustradora Sue Coe, referência em arte sobre direitos animais, cresceu perto de um matadouro em Tamworth, Staffordshire, na Inglaterra. A experiência fez com que ela desenvolvesse um grande interesse em sensibilizar as pessoas sobre a crueldade contra os animais.

Depois de estudar ilustrações e arte comercial na Chelsea School of Art e na Royal College of Art, Sue Coe mudou-se para Nova York em 1972. Aos 21 anos, decidiu enveredar pelo caminho do artivismo, ou seja, começou a produzir arte como uma ferramenta de ativismo político.

Foi no início dos anos 1980 que Sue Coe se voltou para a situação dos animais mortos para consumo humano. Ao longo de seis anos, ela realizou pesquisas e visitou matadouros de várias regiões dos Estados Unidos.

A artista inglesa, que se considera uma jornalista visual, possui um estilo mordaz que lembra o trabalho do escritor e reformador social Upton Sinclair, autor de The Jungle (A Selva), que denunciou as mazelas da indústria frigorífica em 1906.

Modesta, Sue Coe diz que se um dia alcançar 1% da genialidade do pintor holandês Rembrandt Harmenszoon van Rijn, autor de Slaughtered Ox (Boi Abatido), de 1655, ela se sentirá realizada.


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