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Vaquitas marinhas podem estar extintas em menos de um ano

30 de setembro de 2019
4 min. de leitura
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Foto: National Geographic
Foto: National Geographic

A vaquita (Phocoena sinus) também conhecida como toninha-do-golfo, boto-do-pacífico é apenas uma das muitas espécies vítimas de “captura acidental”, pelos métodos destrutivos de caça dos cartéis de drogas mexicanos e traficantes chineses, que se juntam para caçar o peixe raro totoaba por sua bexiga natatória.

O documentário da National Geographic, Sea of Shadows (mar de sombras), estreou em Londres, na Inglaterra, nesta semana e revelou as últimas estatísticas sobre a situação da vaquita.

Os números da espécie tem caído drasticamente na última década e agora restam menos de 15 indivíduos no mundo.

As vaquitas podem desaparecer para sempre nos próximos 12 meses devido a inúmeras milhas de redes de captura ilegais submarinas no mar de Cortez que os caçadores usam para prender totoabas.

Foto: Nation of Change
Foto: Nation of Change

O peixe totoaba é considerado a “cocaína do mar” porque possui uma bexiga natatória que vale mais do que ouro.

As bexigas natatórias desses peixes têm um preço elevado devido as crenças medicinais chinesas que afirmam que elas têm poderes milagrosos de cura.

Algumas pessoas consideram a bexiga natatória da totoaba uma “droga sexual”, porque acredita-se que ajuda na fertilidade.

Outras alegações infundadas por qualquer evidência atribuem ao órgão benefícios medicinais incluem o poder de curar problemas circulatórios, artrite e doenças da pele.

Bexiga de totoaba foi apreendida pela alfândega de Hong Kong, o item vale mais do que ouro no mercado paralelo | Foto: National Geographic
Bexiga de totoaba foi apreendida pela alfândega de Hong Kong, o item vale mais do que ouro no mercado paralelo | Foto: National Geographic

Também é considerado uma iguaria na China e é consumido em sopa.

Existem restrições de pesca que foram adotadas no mar de Cortez para tentar proteger a vida marinha de métodos destrutivos de caça furtiva.

No entanto, eles são ignorados, apesar de serem aplicados pela marinha mexicana.

O documentário Sea of Shadows alega que alguns oficiais da marinha mexicana estão sendo pagos pela máfia para fechar os olhos à caça aos totoabas e ao comércio com os chineses.

O filme também mostra como uma equipe de especialistas tenta e falha em salvar uma vaquita, colocando-a em um compartimento marinho durante uma missão Vaquita CPR.

Os esforços da Sea Shepherd Conservation Society provam ser um pouco mais bem-sucedidos, pois usam drones para identificar pescadores ilegais e trabalham para remover as letais redes de emalhar subaquáticas.

As observações mais recentes de vaquitas no mar de Cortez foram de apenas seis das pequenas toninhas.

O diretor do comentário, Richard Ladkani, disse a plateia na estreia no Sea of Shadows em Londres: “Precisamos que as pessoas acordem e façam o que puderem para salvar essa espécie”.

“Novas políticas estão sendo colocadas em ação agora e novas leis estão sendo implementadas”.

Foto: Charlotte Edwards
Foto: Charlotte Edwards

“Siga e apoie, mostre às pessoas que você se importa”.

“Temos uma petição no Change.org também basta apenas pesquisar por vaquita”.

Ele acrescentou: “Todos vocês podem fazer a diferença para o planeta”.

“Esta é uma história simbólica para a vaquita, mas é apenas um símbolo. Isso está acontecendo agora no planeta”.

Ao ser questionado se a marinha mexicana estava fazendo o suficiente para ajudar nos esforços de conservação e derrubar a máfia no mar de Cortez, Ladkani revelou como ele enfrentou um vice-almirante sobre a situação, fora das câmeras.

Ele disse: “Tirei a câmera e ele disse: ‘essas pessoas sabem onde eles moram, essas pessoas sabem os nomes da minha filha, minha esposa, sabem tudo sobre nós’ ”.

“Se nós os ferirmos seriamente, se os derrubarmos pra valer, eles virão atrás de nós e nos matarão”.

“Não apenas eu, mas eles matam minha filha e minha esposa, e essa é a razão pela qual não estamos lutando contra eles”, concluiu ele.

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