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Animais impedem suicídios

12 de setembro de 2019
4 min. de leitura
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Setembro é conhecido como o mês de prevenção ao suicídio (Setembro Amarelo). O suicídio está entre as vinte principais causas de morte em todo o mundo e atinge, em média, 800 mil pessoas todos os anos.

Um cachorro manchado, sorrindo, ao lado de um girassol
Foto: Pinterest

Apesar de ser um grave problema público, é possível evitá-lo. O Setembro Amarelo foi justamente criado, em 2015, como uma campanha para preveni-lo. O girassol se tornou símbolo da campanha, porque a flor sempre busca a luz do sol – mesmo quando ele está escondido atrás das nuvens.

É necessário estar sempre atento aos sinais que as pessoas próximas demonstram – como mudanças de comportamento, pensamentos negativos, isolamento, abandono de atividades. A depressão, que muitas vezes acaba em suicídio, pode ser tratada – e os animais domésticos podem desempenhar papéis muito importantes nisso.

Uma iniciativa nos Estados Unidos salva duas vidas com uma só ação: ex-soldados com desejo de desistir de suas vidas adotam cachorros que têm data marcada para morrer – animais que foram selecionados para terem uma morte induzida em abrigos, quando a lotação deixa o local sem espaço. David Sharpe, ex-membro da Força Aérea Americana, abriu a ONG Companion for Heroes (Companheiros para Heróis) para dar uma vida nova aos animais e aos ex-soldados.

“Companheiros para Heróis fornece gratuitamente animais de companhia, obtidos a partir de abrigos ou resgates, para veteranos militares recuperarem os desafios psicológicos que sofreram durante os combates. Companheiros de Heróis serve de apoio ao tratamento de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (PTSD), traumatismo crânio-encefálico (TCE) e outros desafios enfrentados pelos heróis de guerra e, além disso, colabora com a adoção de animais, muitos deles condenados à morte”, explica a página da ONG no Facebook.

Jason Sturm é ex-soldado do Exército Americano e perdeu metade de sua perna esquerda em 2002, quando uma bomba explodiu perto dos soldados, matando dois e ferindo outros 13. Recentemente, quando viu um anúncio na TV sobre a Companion for Heroes, que explicava a ONG e mostrava alguns cachorros para a adoção, Jason viu Sassy. Imediatamente, ele se apaixonou por ela.

Jason inclinado sobre Sassy, arrumando sua coleira
Jason e Sassy | Foto: Companion for Heroes

O ex-soldado já tinha dois outros cachorros, que encontrou em uma lata de lixo nas ruas. Com Sassy, a família ficou ainda maior. Hoje, Jason define seus cachorros como seu “apoio emocional” – eles o ajudam a lidar com sua ansiedade e seus problemas da melhor forma possível. O passatempo favorito de Jason e Sassy é deitar no sofá e relaxar, apenas apreciando a companhia e sabendo que, se um precisar, o outro estará ali.

Em matéria da Anda de alguns anos atrás, o ator Mickey Rourke, por exemplo, relatou a importância que o cachorro Loki teve em sua vida. O animal, que morreu em 2019, apareceu no exato momento em que o ator iria tirar a própria vida. A interferência fez com que ele desistisse do suicídio e se voltasse para sua carreira – além de ter ingressado na causa animal.

Rosa Domingues Morini, de São Paulo, citada na mesma matéria, também foi salva por seu animal doméstico. Ela relatou à revista “Sou Mais Eu” que seu gato, apesar de cego, sentiu o que a tutora iria fazer. Quando ela estava prestes a se enforcar, ele interferiu. “Negão, um dos muitos gatos que tenho em casa, me cutucou com as patinhas nos pés e começou a miar bem alto, sem parar. Meu bichano também mordiscava meu vestido e minhas pernas, como se tentasse impedir que eu fizesse aquilo. A mensagem foi clara. Ele queria me salvar”, disse ela. Depois da tentativa amorosa do gatinho, Rosa percebeu que ainda havia algo pelo qual lutar.

Um gatinho cheirando um girassol
Gato Manchinha, personagem do livro “Ághata Borralheira & Amigos tocando corações

É fato comprovado que os animais melhoram a vida das pessoas. Seja pela companhia, carinho ou amor, eles são especiais e adoram sem reservas, com todo o coração. Adotar um animal pode, além de proporcionar um lar para um cão ou gato carente, despertar sentimentos bons nas pessoas – que terão, além de um amigo fiel, uma família.

Um cachorro para a adoção, com uma faixa no pescoço
Foto: ONG Animais Carentes do Espírito Santo

Algumas ONGs, como a Animais Carentes do Espírito Santo, embarcaram no objetivo do Setembro Amarelo para mostrarem que há muitos animais que esperam por uma chance de ter um lar e distribuir amor e carinho para seus tutores.


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