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Tutor que matou cachorro queimado cumprirá cinco anos de prisão pelo crime

1 de setembro de 2019
6 min. de leitura
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Tomy, antes de falecer | Foto: Richmond Animal Care and Control
Tomy, antes de falecer | Foto: Richmond Animal Care and Control

Jyahshua A. Hill, residente de Virgínia, nos Estados Unidos, cumprirá cinco anos de prisão sem liberdade condicional pela morte de um cão da raça pit bull que foi amarrado a uma cerca, coberto de fluído inflamável e incendiado.

A polícia de Richmond anunciou quarta-feira que a sentença fazia parte do acordo de 20 anos do criminoso.

O cachorro foi encontrado em um parque em fevereiro e tratado pelo Richmond Animal Care and Control, que o nomeou Tommie.

O abrigo compartilhou uma foto mostrando Tommie coberto de bandagens e recebendo medicação na veia enquanto se abraçava a um bicho de pelúcia. Ele morreu poucos dias depois.

Seu caso provocou indignação generalizada e internacional além de ter estimulado doações para o abrigo da cidade.

O departamento de polícia diz que Hill também está impedido de conviver com animais para toda a vida. Os oficiais de controle de animais verificarão periodicamente o endereço de Hill, uma vez liberado, para garantir que nenhum animal doméstico esteja morando em sua companhia.

“É uma vitória para os ativistas dos direitos animais e para a memória de Tommie”, disse a promotora Denise Anderson após a audiência na quarta-feira (28).

Hill foi preso em fevereiro e acusado de crueldade contra animais e depois libertado.

Tommy | Foto: Richmond Animal Care and Control
Tommy | Foto: Richmond Animal Care and Control

Na época, ele alegou que “teve um apagão” e ficou furioso porque o cachorro de dois anos teria mordido a filha pequena. Porém, no hospital veterinário a personalidade dócil do cão foi logo ressaltada pelos que lidavam com ele.

Hill afirma que ele desmaiou por causa de sua esquizofrenia diagnosticada e transtorno bipolar e insiste que ele não estava sob a influência de drogas ou álcool na época.

Ele admitiu levar o cachorro para o parque Abner Clay com o propósito expresso de mergulhá-lo em combustível e colocar fogo nele.

No tribunal, Anderson disse que a tortura de Hill contra Tommie foi capturada pelas câmeras do momento em que Hill deixou sua casa e caminhou cinco quarteirões até o parque Abner Clay, local do crime.

“Ele estava arrastando e puxando o cachorro pela coleira”, detalhou Anderson no tribunal. “O criminoso gritava coisas como ‘você vai ter o que merece’ ”.

Jyahshua A. Hill | Foto: Richmond City Sheriff´s Office
Jyahshua A. Hill | Foto: Richmond City Sheriff´s Office

O vídeo segue Hill até o parque, onde ele derramou combustível no cachorro e o incendiou.

“Enquanto o réu fugia a pé, o cachorro corria em círculos tentando escapar de sua agonia”, disse Anderson.

As impressões digitais de Hill foram encontradas em um frasco descartado de líquido inflamável que foi recuperado pelos investigadores.

“Este caso em particular é o epítome da crueldade”, disse Anderson após a audiência no Richmond. “Se algum caso justifica com no mínimo cinco anos de reclusão, é esse.”

O filhote carbonizado foi encontrado lutando pela vida em 10 de fevereiro por membros do Corpo de Bombeiros de Richmond, que o nomearam Tommie.

Tommie sofreu queimaduras em mais de 40% do corpo e foi medicado com fluidos intravenosos e precisou de um tubo de alimentação para nutrição.

Memorial no local do crime praticado contra Tommy | Foto: WWBT
Memorial no local do crime praticado contra Tommy | Foto: WWBT

A equipe do Richmond Animal Care and Control publicou atualizações regulares sobre sua condição, provocando uma enorme reação da comunidade como a criação de um fundo para cobrir os custos médicos de Tommie, que chegaram a mais de 25 mil dólares.

Infelizmente, o cachorro morreu cinco dias depois.

O dinheiro arrecadado para Tommie foi dedicado à prestação de cuidados de emergência a outros animais necessitados.

“Sei que o que fiz foi errado e peço desculpas por ter levado isso tão longe, mas fiz o que tinha que fazer para proteger meu filho ”, disse Hill durante uma audiência em junho.

A esposa de Hill, cuja identidade foi ocultada porque sua família estava recebendo ameaças de morte, inicialmente negou o envolvimento de seu marido na morte do cachorro, mas desde então mudou seu depoimento.

“Ele fez isso? Sim, ele fez isso” – ela disse. “Por que ele fez isso? Proteger sua filha, proteger sua família”.

Christie Peters, diretora da Richmond Animal Care and Control, disse à 8News na segunda-feira que o caso de crueldade com animais de Tommie é o pior que ela já viu em seus 15 anos de trabalho no setor.

“É o mais cruel e hediondo, eu diria, há um elemento do mal e uma tristeza que superaram todos os outros casos com os quais lidamos”, disse Peters.

Falando depois que o veredicto foi proferido, Peters disse que esperava que a sentença forte enviasse uma mensagem a todos os agressores de animais.

“A justiça foi feita”, disse Peters. “Não costumamos ter condenações como essas.”

“Somos a voz dos animais. Eu acho que essa voz soou alta e clara com essa sentença. Espero que as pessoas pensem um pouco de maneira diferente sobre as coisas que podem querer fazer contra os animais, porque pelo menos aqui, temos leis realmente robustas que nos permitem processar dessa maneira”.

“Espero que esse desfecho envie uma mensagem de que ferir animais é crime, se você machucar um animal, encontraremos você”, disse Peters.

A raiva do público pela morte do cão levou os legisladores da Virgínia a aprovar uma legislação chamada “Lei de Tommie”, que tornou qualquer crueldade contra um animal um crime punível com cadeia na Virgínia.

Antes da aprovação da legislação, um animal tinha que morrer como resultado direto da tortura ou ferimento desumano antes que um suspeito fosse acusado de crime.

Tommy | Foto: Richmond Animal Care and Control
Tommy | Foto: Richmond Animal Care and Control

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