O Japão não caça mais baleias ameaçadas de extinção em águas internacionais, mas ainda viola um tratado de vida selvagem ao permitir a venda da carne dos animais caçados antes do tratado.
O comitê da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES, na sigla em inglês) considerou no ano passado que o Japão violava o tratado e ordenou que ele reparasse a situação ou enfrentasse punições.
O Japão afirmou que, desde 2002, a caça de 1.500 baleias-sei (ameaçadas de extinção) no Pacífico foi feita por motivos científicos, mas suas alegações foram consideradas mentirosas. A caça era motivada pelo comércio da carne da espécie protegida.
Na sexta-feira (16), em reunião com o comitê em Genebra, o país afirmou que não permite mais a captura das baleias em alto mar, o que o tornaria de acordo com as normas da CITES, mas membros de vários países discordaram.
Segundo eles, 1.500 toneladas (de 131 baleias-sei) mortas em 2018 foram comercializadas no Japão, e a carne desses animais continua disponível nos mercados, lojas e restaurantes do país.
O artigo 8 do tratado diz que as espécies comercializadas devem ser retiradas do mercado.
O Japão está encontrando limitações e dificuldades em relação ao tratado da CITES, mas se retirou da Comissão Internacional da Baleia (IWC, na sigla em inglês), o que lhe permite voltar a caçar em águas territoriais. Só neste ano, o país já caçou 227 baleias – incluindo 25 baleias-sei.