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Cientistas revelam que julho foi o mês mais quente já registrado na história

20 de agosto de 2019
4 min. de leitura
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Julho foi oficialmente o mês mais quente já medido por humanos na Terra, foi confirmado por especialistas.

Os meteorologistas divulgaram anteriormente dados preliminares sugerindo que o registro havia sido quebrado, levando a alertas sobre a urgência necessária para mitigar os efeitos da crise climática.

Mas a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) anunciou na quinta-feira que julho era 0,95°C mais quente que a média do século 20 do mês e superou o recorde anterior fixado em 2016, de 0,03°C.

Temperaturas foram registradas a cada ano desde 1880. Julho de 2019 foi cerca de 1,2°C mais quente do que a era pré-industrial, de acordo com os dados.

Os cientistas disseram que a tendência ascendente provavelmente continuará devido à atividade humana no planeta.

Após a publicação dos resultados preliminares no início deste mês, o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, disse que julho “reescreveu a história climática, com dezenas de novos recordes de temperatura em nível local, nacional e global”.

Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, também enfatizou sua preocupação com o recorde de calor.

“Sempre vivemos em verões quentes. Mas este não é o verão da nossa juventude. Este não é o verão de seu avô”, disse ele neste mês.

“Tudo isso significa que estamos no caminho certo para que o período de 2015 a 2019 sejam os cinco anos mais quentes registrados. Somente neste ano, vimos recordes de temperatura quebrados de Nova Délhi a Anchorage, de Paris a Santiago, de Adelaide e do Círculo Polar Ártico.

“Se não tomarmos medidas sobre a mudança climática agora, esses eventos climáticos extremos são apenas a ponta do iceberg. E, de fato, o iceberg também está derretendo rapidamente”, disse Guterres.

“Prevenir uma destruição climática irreversível é a corrida das nossas vidas e pelas nossas vidas. É uma corrida que podemos e devemos vencer”, disse ele.

Os resultados foram esperados depois que vários países europeus reportaram novos recordes de temperatura em julho.

De acordo com os registros da NOAA, nove dos dez julhos mais quentes já registrados ocorreram desde 2005 e no mês passado foi o 43º mês de julho consecutivo acima da média do século XX.

Junho deste ano já estabeleceu um recorde como o mais quente visto nos últimos 140 anos.

As temperaturas recordes atingidas em julho foram acompanhadas por outros eventos climáticos que causaram preocupação. O gelo marinho médio do Ártico, por exemplo, estava quase 20% abaixo da média em julho, menos até do que a baixa histórica anterior de julho de 2012.

A onda de calor do mês passado estabeleceu a nova temperatura mais alta do Reino Unido, de 38,7ºC, registrada no Cambridge Botanic Garden. O recorde anterior foi de 38,5C, em Faversham, Kent, em agosto de 2003.

A França também viu altos níveis anteriores, com temperaturas atingindo 42.6 ºC em Paris – o mesmo que um típico dia de julho em Bagdá.

A cidade nortenha de Lille também registrou 41.6°C, temperatura que quebrou seu recorde anterior em 4°C.

Um recorde de 75 anos foi quebrado na Holanda com temperaturas chegando a 40.7°C em Gilze-Rijen; Alemanha viu 42.6°C em Lingen; e a Bélgica também registrou uma nova alta de 41.8°C em Begijnendijk.

Mesmo em Helsinque, na Finlândia, o termômetro de mercúrio alcançou um recorde de 33,2°C, enquanto partes dos EUA também sofreram condições de quebra de recordes.

As altas temperaturas estimularam um rápido derretimento de gelo na Groenlândia, que já havia presenciado um extraordinário evento de fusão entre 11 e 20 de julho deste ano.

Cientistas polares acreditam que 2019 poderia estabelecer novos recordes com relação a perda de gelo no país.

Ao norte do Círculo Ártico, o calor provocou incêndios maciços, produzindo emissões de CO2 iguais às de toda a Colômbia em 2017.

Centenas de incêndios, muitos dos quais podiam ser vistos claramente do espaço, devastaram a Sibéria, afetando mais de três milhões de hectares de terra.

Especialistas disseram que as ondas de calor estão ligadas à atividade humana, que mais do que dobrou suas probabilidades em alguns locais.

O acumulado do ano também é de 0,95°C acima da média de longo prazo, mas ainda um pouco abaixo de 2016.

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