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Raposa migra da Noruega para o Canadá em busca de comida

11 de julho de 2019
3 min. de leitura
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Por Rafaela Damasceno

Uma raposa-do-ártico, monitorada através de uma coleira pelo Norwegian Polar Institute (Instituto Polar da Noruega) desde 2017, intrigou cientistas com sua rapidez ao atravessar o gelo da região entre a Noruega e o Canadá. A fêmea iniciou sua jornada no dia 26 de março do ano passado e chegou em território canadense dois meses depois, percorrendo 3.500 quilômetros andando. Segundo o Daily Mail, não há informações sobre o paradeiro da raposa desde fevereiro deste ano, quando o transmissor parou de funcionar.

Transmissor sendo instalado por cientista do Instituto Polar da Noruega na raposa-do-ártico
Raposa-do-ártico sendo equipada com coleira de monitoramento | Foto: Norwegian Polar Institute

Diversos animais são conhecidos por terem natureza nômade e migrarem para outras regiões ao longo da vida. A raposa-do-ártico, encontrada principalmente na tundra ártica e alpina – região muito afetada pelo aquecimento global -, costuma se adaptar bem ao clima frio e à falta de alimento. De acordo com o site Defensores da Natureza, o animal consegue suportar longos períodos de jejum e digere qualquer tipo de presa, além de resistir a invernos rigorosos de até -50°C. Porém, quando surge a necessidade, se locomove em busca de comida.

Raposa-do-ártico com pelagem clara
A pelagem das raposas-do-ártico muda de cor para se adaptar ao ambiente | Foto: Defensores da Natureza

O trajeto percorrido pela raposa, monitorada via satélite desde um ano de idade, foi interrompido apenas duas vezes devido ao clima inóspito e tempestades de neve. Os cientistas afirmam que essa foi a maior distância já registrada a ser percorrida pela espécie. Em média, a fêmea andou por volta de 46 km por dia, mas chegou a 155 km em apenas um dos dias, enquanto atravessava uma região de mar congelado na Groelândia. Acelerou o ritmo ao perceber a falta de esconderijos na área.

O Ártico sofre mudanças significativas constantemente e está aquecendo duas vezes mais rápido que a média global, ocasionando o derretimento de gelo na região. Com as diversas alterações, é natural que os animais também sejam afetados, tanto pelos padrões climáticos e modificações na vegetação quanto pela redução de alimento.

Sem o gelo, a raposa-do-ártico não teria chegado ao seu destino. “Este é outro exemplo de como o gelo do mar é importante para a vida selvagem no Ártico”, disse o ministro do meio ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, em entrevista ao Daily Mail. Ele afirma que o aquecimento no Norte é alarmante e rápido, e é necessário fazer algo para evitar que o gelo do mar desapareça durante todo o verão. “Quando o degelo ocorre tão rapidamente, devemos proteger ainda mais as espécies e os ecossistemas contra outros impactos ambientais”, completa o ministro.


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