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Justiça determina transferência de ursos Dimas e Kátia de zoo para santuário

12 de junho de 2019
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A Justiça determinou a transferência dos ursos Dimas e Kátia, atualmente mantidos no Zoológico de São Francisco, no Ceará, para o Rancho dos Gnomos. O zoo foi notificado na terça-feira (11) da decisão “da transferência dos animais, em caráter de urgência, para o santuário “Rancho dos Gnomos”, localizado em Joanópolis, São Paulo”.

O zoológico, que poderá recorrer da decisão, afirmou que vai realizar uma reunião, da qual “sairão definições”. O processo foi ajuizado pela 3º Vara da Comarca de Canindé e divulgado, na quarta-feira (12), no Diário Oficial da Justiça.

Dimas foi levado para o zoo em 2008, após ser salvo de um circo que o maltratava. Kátia chegou ao zoológico três anos depois (Foto: Alex Pimentel/SVM)

O Instituto Luísa Mell, responsável por uma campanha em prol da transferência dos ursos, confirmou a decisão judicial. “Fomos notificados e estamos resolvendo alguns trâmites, mas não podemos dar mais informações agora”, pontuou Marcelo Glauco, diretor financeiro do instituto, que disse que espera o resultado de outra ação judicial, sobre a qual optou por não dar detalhes. As informações são do G1.

O calor extremo do Ceará foi o principal motivo para a transferência dos animais. “Apesar de todo o carinho e cuidados que os animais recebem junto ao requerido, possuindo uma história no Zoológico e também na própria cidade, tradicionalmente devota de São Francisco de Assis, há um fato insuperável: a alta temperatura inerente à região”, citou a liminar assinada pela juíza Tassia Siqueira.

No santuário para onde os ursos serão levados já vive Rowena, ursa que ficou famosa no país inteiro após ser retirada de um zoológico em Teresina, no Piauí.

“Estamos aguardando a finalização dos trâmites burocráticos, para daí então, colocarmos em prática nossa operação”, informou o Rancho dos Gnomos sobre o caso de Kátia e Dimas.

Espaço no qual os ursos vivem no zoológico (Foto: Santuário de Canindé/Divulgação)

A Associação Brasileira dos Defensores dos Direitos e Bem-Estar dos Animais, que moveu o processo em prol dos ursos, participou de uma tentativa de conciliação sobre o caso, em 4 de junho, com o Zoológico de São Francisco de Canindé, mas não houve acordo.

A entidade solicitante ficará responsável pelos custos e pela logística da transferência, enquanto o zoológico foi condenado ao pagamento de indenização “por danos morais coletivos causados ao meio ambiente”, que deverá ser revertida em ações em prol dos animais.

De acordo com a liminar, exames prévios sobre a saúde dos animais deverão ser feitos, um atestado médico deverá ser apresentado e nele precisará constar informações sobre a condição física dos ursos que atestem que a viagem não acarretará riscos à saúde e à vida dos ursos. Um acompanhamento técnico durante todo o percurso, segundo a juíza, também deverá ser feito.

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