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Derretimento da Antártica é seis vezes maior do que há 40 anos

13 de maio de 2019
2 min. de leitura
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Um dos mais abrangentes estudos sobre mudanças climáticas na Antártica, feito pela Nasa, concluiu que o derretimento de gelo no continente é seis vezes maior do que era há 40 anos. Para a elaboração da pesquisa, foram usadas fotos aéreas, dados de satélites e modelos climáticos da década de 1970 em todas as regiões da Antártica.

Foto: Pixabayde olho

O derretimento do gelo já elevou o nível do mar no local em 1,4 centímetro desde 1979. Caso a situação se mantenha desta forma, o aquecimento poderá ser responsável por um aumento ainda maior futuramente. As informações são do O Globo.

Entre 1979 e 1990, segundo o estudo, o continente perdeu, em média, aproximadamente 40 bilhões de toneladas de gelo por ano. Entre 2009 e 2017, foram perdidas cerca de 252 bilhões de toneladas por ano, o que fez com que o nível dos mares subisse 3,6 milímetros a cada década.

“Nós estamos falando apenas da ponta do iceberg. Enquanto a massa de gelo da Antártica continuar a derreter, o nível do oceano deverá aumentar vários metros nos próximos séculos”, disse Eric Rigton, professor da Universidade da Califórnia, em Irvine, e autor do estudo publicado na Nature Geoscience.

A pesquisa permitiu ainda entender a confusão que levou alguns céticos das mudanças climáticas a acreditarem que o gelo da Antártica estaria aumentando, ao invés de diminuindo, como mostraram os pesquisadores. A confusão se deu devido a alguns estudos anteriores que sugeriram que a cobertura de gelo tem aumentado no leste do continente com rapidez suficiente para anular as perdas da região oeste mais visíveis, especialmente na extensão do gelo marinho. A última pesquisa indica uma contribuição significante para o aumento do nível do mar por parte de uma perda de gelo no leste do continente, mas recomenda a execução de outros estudos sobre os fatores que geram esse impacto.

“A área da Terra Wilkies, no leste da Antártica, sempre foi, no geral, um importante participante na perda de massas, mesmo nos anos 1980, como a nossa pesquisa mostrou. Essa região é provavelmente mais sensível ao clima do que tradicionalmente se supõe e isso é importante saber, uma vez que tem mais gelo do que o oeste e a península da Antártica juntos”, diz Rignot.

De acordo com os pesquisadores, não foi encontrada nenhuma mudança significativa na queda de neve no continente, mas foi constatado que o aquecimento do mar tem impulsionado uma perda de gelo acelerada, aumentando as taxas de derretimento das geleiras ao redor das bordas dos continentes.

“Na medida em que o aquecimento do clima e o esgotamento do ozônio enviam mais calor para esses setores, eles seguirão contribuindo para o aumento do nível do mar na Antártica nas próximas décadas”, explica.

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