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Bolsonaro diz que pretende autorizar caça submarina em área protegida

9 de maio de 2019
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, durante entrevista ao programa Luciana by Night, na terça-feira (7), que pretende autorizar a caça submarina em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

Foto: Wilton Junior/Estadão

Para que o objetivo do presidente se torne realidade, será necessário revogar o decreto 98.864/90, do ex-presidente José Sarney, que torna a área uma Estação Ecológica e proíbe a pesca. As informações são do Estadão.

O assunto foi abordado por Bolsonaro enquanto ele lamentava ter abandonado esportes que praticava antes do atentado ocorrido na campanha eleitoral. “Hoje em dia o que sobrou para mim foi a caça submarina. Pretendo implementá-la ali na região de Angra. Lá é uma Estação Ecológica demarcada por decreto presidencial. Estamos estudando nesse sentido, né, revogar isso aí e abrir aquela área para fazer um turismo, realmente, que o Brasil merece. A iniciativa privada vai investir ali naquela região, e quem sabe nós tenhamos uma Cancún aqui na baía de Angra brevemente”, disse.

Bolsonaro foi multado em R$ 10 mil pelo Ibama em Angra, no ano de 2012, após ser flagrado pescando na área protegida. A multa foi cancelada no início deste ano, após a posse presidencial. A cidade também esteve no centro de outra polêmica, quando uma reportagem apontou que uma assessora parlamentar era paga pelo governo, mas trabalhava na casa de Bolsonaro no balneário.

Após participar de um evento comemorativo aos 74 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (8), Bolsonaro voltou a falar do desejo de transformar Angra do Reis em uma “Cancún Brasileira”. Ao lado do governador Wilson Witzel, o presidente disse que a promoção do município depende apenas de um decreto presidencial que anularia outro decreto que, segundo ele, atrapalha o desenvolvimento da região.

“A Estação ecológica de Tamoios (em Angra) não preserva absolutamente nada e faz com que uma área rica, que pode trazer bilhões (de reais) por ano para o turismo, está parada por falta de uma visão mais objetiva, mais progressista disso daí”, disse o presidente. “O meio ambiente e o progresso podem casar sim e permanecer juntos para o bem da nossa população”, completou.

“Angra pode ter certeza, brevemente, se deus quiser será uma Cancún aqui no Brasil”, finalizou.

Nota da Redação: a proteção de uma área ambiental não representa um impedimento ao desenvolvimento porque não há desenvolvimento sem que os recursos naturais sejam protegidos. Ameaçar ainda mais a natureza e os animais que nela vivem é um retrocesso e a decisão do presidente de, mais uma vez, atacar o meio ambiente, demonstra o desinteresse dele com a agenda ambiental, que é tratada em seu governo como um empecilho a ser derrubado, colocando em risco milhares de espécies da fauna e da flora brasileira.

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