EnglishEspañolPortuguês

Abaixo-assinado pede fim do abate de animais resgatados da farra do boi em SC

1 de maio de 2019
2 min. de leitura
A-
A+

Por David Arioch

Animal se refugia em riacho durante farra do boi em Itapema (Foto: PM/Divulgação)

Um abaixo-assinado criado no site change.org está pedindo o fim do abate de animais resgatados da farra do boi em Santa Catarina. Autor da iniciativa, o farmacêutico e servidor público Roberto dos Passos destaca que ainda que escapem da violência dos farristas, os bois acabam executados pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), que qualifica a medida como uma ação de “segurança sanitária”.

A justificativa do órgão público é que boi sem brinco “é um risco para a saúde de outros animais e dos seres humanos”. Por outro lado, é de conhecimento comum que os bois sempre estão sem brinco porque os farristas o retiram ou pagam para que o retirem, visando evitar a identificação da procedência do animal.

E como consequência, o destino do boi é decretado por essa ausência associada à alegação de não ser um boi saudável. O animal que sobrevive à farra não é deixado em quarentena nem avaliado por um período mínimo que possa realmente provar que ele apresenta algum risco, conforme defendido pelo movimento Brasil Contra Farra (BCF), que realiza inúmeras campanhas contra a prática no estado.

Passos qualifica a farra do boi como uma vergonha para os catarinenses, já que a violenta tradição envolve a tortura de animais que são vítimas de agressões físicas e emocionais.

“Esses animais são daqui mesmo da região onde ocorrem essas ‘festinhas’ e não trazem nenhum risco sanitário à população. A Lei Estadual nº 10.366 e o Decreto nº 2919, que tratam da segurança sanitária, não contemplam essa matança. Além do que, a Cidasc, com boa vontade, pode dar garantia disto”, aponta Roberto dos Passos.

O autor do abaixo-assinado lembra que no mês passado em Bombinhas, a 40 quilômetros de Florianópolis, um boi nadou por mais de 400 metros para escapar da farra do boi, mas nenhum farrista foi preso e o animal acabou morto pela Cidasc.

“E sem nenhuma comprovação de doença que coloque em risco a população. Queremos que os animais resgatados da farra do boi sejam entregues a instituições de proteção animal e passem a usufruir do que lhes pertence, ou seja, o direito à vida”, defende Roberto dos Passos.

Para apoiar o abaixo-assinado, clique aqui. 

Você viu?

Ir para o topo