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Ursos fantasiados são forçados a dançar e pular corda em circo norte-coreano

23 de abril de 2019
4 min. de leitura
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Foto: Mark Woodman
Foto: Mark Woodman

Imagens perturbadoras mostram ursos covardemente explorados, obrigados a dançar e fazer truques antinaturais, como pular corda e saltar sobre obstáculos, em um circo norte-coreano.

O australiano Mark Woodman, de 42 anos, foi levado ao circo em Pyongyang, na Coreia do Norte, como parte de uma excursão de cinco dias pelo país.

Enquanto ele assistia ao “show”, os ursos eram cruelmente ordenados a saltar sobre seus treinadores, dançar, dar piruetas, e pular corda antes de se curvar agradecendo a platéia pelos aplausos. Woodman disse que ninguém se atreveu a reclamar ou sair durante o show.

“Foi apresentada uma série de performances clássicas de circo, realizadas por artistas excepcionalmente talentosos e bem treinados – trapezistas, malabares e equilibristas – intercalados com atos cômicos”, disse ele.

“Os ursos dançarinos eram a única apresentação com animais. Eu fiquei inicialmente chocado e paralisado, o que me fez filmar essa performance em particular. Era diferente de tudo que eu tinha visto, absolutamente assustador”.

Woodman conta que embora eu tenha ouvido dizer que os ursos ainda eram usados em apresentações na Ásia Central e na Rússia, ele confessa que nunca pensou que veria uma coisa dessas.

“Tudo o que podíamos fazer era observar e absorver a cena tétrica. Não havia espaço para reclamações ou para deixar a apresentação”

Woodman, que é Perth, na Austrália Ocidental, disse que o comportamento dos ursos era tão antinatural que alguns espectadores pensaram que eram pessoas fantasiadas de animais.

Foto: Mark Woodman
Foto: Mark Woodman

“Depois de assistirmos ao espetáculo no circo, enquanto esperávamos pelo nosso ônibus, eu estava conversando com nosso guia turístico e outro companheiro de turnê”, lembrou ele.

“Uma mulher que fazia parte da excursão de turismo disse que pensou o todo que os animais vistos no show eram pessoas vestidas de ursos! O guia turístico e eu tivemos que dizer a verdade a ela”.

Fotografias de outros espetáculos recentes usando macacos provam que eles também foram submetidos ao mesmo tratamento cruel.

O grupo que atua em defesa dos direitos animais, Animal Defenders International (ADI), disse que animais de circo como estes foram treinados a este ponto vindos de uma vida inteira de sofrimento.

Foto: Mark Woodman
Foto: Mark Woodman

O presidente da ADI, Jan Creamer, disse: “Forçados a se apresentar em shows de circo, esses pobres animais sofrem uma vida inteira de tortura e privações”.

“Sem o estímulo normal, social e mental que eles desfrutariam com suas famílias na natureza, a resignação desses animais inteligentes e sensíveis é conseguida através de violência, ameaças e privação de comida, água e afeto durante o treinamento.

O público pode ajudar a acabar com o sofrimento desses animais, evitando shows desse tipo e deixando que os circos saibam porque eles estão indo se divertir em outro lugar.

Woodman disse não ter se arrependido de sua viagem à Coreia do Norte.

“Desde uma viagem que fiz ao Oriente Médio, a partir de 2009, passei a visitar países que são cultural e religiosamente distintos do que eu estava acostumado”, disse ele.

Woodman se define como um ateu gay que se concentra em viajar para países que “amam a Deus e odeiam os gays”. “É um estilo de viagem desafiador, mas infinitamente gratificante, que me levou a conhecer pessoas LGBT e outros locais em todo o mundo”, disse ele.

“Isso ajuda a superar os estereótipos e as narrativas divulgadas pela mídia e/ou pelo governo e distinguir as pessoas dos regimes”.

Exemplos pelo mundo

Segundo informações da PETA esses 26 países já proibiram circos que usam animais selvagens: Áustria, Bolívia, Bósnia Herzegovina, Colômbia, Costa Rica, Croácia, Chipre, El Salvador, Estônia, Grécia, Guatemala, Irlanda, Israel, Itália, Luxemburgo, Macedônia, Malta, México, Nova Zelândia, Paraguai, Peru, Romênia, Escócia, Singapura, Eslováquia e Eslovênia

Mais e mais pessoas estão boicotando qualquer entretenimento que envolva exploração animal, e essa mudança na opinião pública tem motivado muitos governos a agir.

No final do ano passado, o Havaí proibiu o uso de animais selvagens em circos, tornando-se o segundo estado americano a fazê-lo depois de Nova Jersey.

Em novembro, Portugal aprovou uma proibição semelhante. A lei aprovada pelo parlamento português impede que mais de mil animais diferentes, incluindo leões, avestruzes, camelos, pinguins, elefantes e rinocerontes sejam forçados a se apresentar.

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