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Quinze cães explorados em corridas morrem e outros 517 são salvos na China

26 de março de 2019
3 min. de leitura
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Dos 532 cachorros da raça galgo, explorados em corridas, que foram abandonados pela Companhia de Corridas de Galgos de Macau (Yat Yuen), na China, 15 morreram e 517 foram resgatados nesta terça-feira (26) pela Sociedade de Animais de Macau (Anima) oito meses após o fechamento do estabelecimento que realizava as corridas.

Foto: Pixabay

“Ao final do dia, terão sido realojados 517 galgos, 15 morreram. (…) Foi uma operação super rápida para este tamanho”, afirmou Albano Martins, enquanto o resgate dos animais era realizado. As informações são do portal Expresso.

Os cães foram abandonados em julho de 2018. Em setembro, por não ter apresentado um plano de realojamento desses animais dentro de um prazo estabelecido, a Yat Yuen foi multada em 2,7 milhões de euros e a Anima recebeu autorização para “gerir todo o processo”.

“Não foi fácil, mas tínhamos uma rede montada internacional e essa rede internacional ajudou-nos muito, nós apenas tivemos que liderar o processo localmente, com os nossos parceiros do Instituto para os Assuntos Municipais [IAM] e da Yat Yuen”, disse Martins.

Cem organizações internacionais participaram do processo de realojamento e adoção dos cães. Todas elas condenam a exploração e a crueldade imposta aos cachorros durante as corridas e apontam a taxa de mortalidade a qual eles estavam sujeitos.

Para Martins, o processo “foi rápido” porque a Yat Yuen colaborou. “Vamos esquecer a guerra do passado”, disse ele ao afirmar que “a Yat Yuen garantiu as viagens” e todos os custos operacionais, fazendo com que o restante se tornasse apenas “uma questão de planificação”. Ao todo, a Yat Yuen desembolsou 7,6 milhões de euros durante todo o processo.

Um Centro Internacional de Realojamento de Galgos havia sido prometido por Angela Leong, então administradora da Yat Yuen, que pertencia à Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (SJM), fundada pelo magnata do jogo Stanley Ho. A ideia pioneira, no entanto, não seguiu adiante.

“Foi uma vitória da Anima, que passou a ser [uma organização] considerada a nível mundial”, afirmou Martins. Segundo ele, a entidade levou oito anos para conseguir acabar com as corridas feitas pela Yat Yuen “e apenas seis meses para realojar [os galgos] todos”.

O governo de Macau havia dado, em 2016, dois anos de prazo para a Yat Yuen mudar a localização do estabelecimento onde as corridas eram realizadas e para melhorar as condições dos galgos explorados nos eventos ou o local seria fechado.

Em 2016, o Governo de Macau deu dois anos ao canídromo da cidade para mudar de localização e melhorar as condições dos cães usados nas corridas ou, em última instância, encerrar a pista, considerada por organizações internacionais uma das piores do mundo.

Para o presidente da IAM, José Tavares, “a Anima esforçou-se, em pouco meses resolveu [o problema] e isso é obra. São 500 e tal cães adotados em meio ano, isso eu acho que nunca aconteceu em lado nenhum”.

Os espaços e instalações usados para as corridas serão, agora, devolvidos pelo IAM aos Serviços de Finanças de Macau. O terreno, porém, já está reservado para fins educativos e deve ser ocupado por quatro escolas.

Dos 517 galgos resgatados, 307 serão enviados aos Estados Unidos, 60 para a Itália, 70 para o Reino Unido, 15 para a França, 5 para a Alemanha e 26 para Hong Kong, segundo o IAM. Outros 23 ficaram sob a responsabilidade da Anima, sendo que 19 deles ficarão em lares temporários para, depois, serem enviados à Austrália.

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