Elefantes são criaturas extremamente inteligentes e altamente sociáveis. Vivendo em grupos com uma média de 11 membros ou mais, costumam percorrer longas distâncias diariamente em busca de comida ou apenas por exercício. Brincalhões e amorosos, eles interagem e criam laços familiares fortes com seu grupo.
No entanto, turistas em safári estão causando alterações em seus comportamentos e tornando-os mais agressivos uns com os outros.
O estudo de 15 meses mostra que o turismo tem deixado os elefantes mais ansiosos por causa do grande número de pessoas. Multidões em jipes se aproximam, tiram fotos e perturbam os animais, resultando no estresse e afastamento do local onde descansam ou se alimentam.
“Os turistas que desejam observar animais em seu habitat natural devem estar cientes de seus potenciais efeitos negativos sobre o bem-estar animal”, disse Isabelle Szott, a autora principal do estudo.
“A pesquisa deve investigar os padrões de melhores práticas para minimizar esses efeitos negativos.”
Segundo Szcott, a agressão entre os elefantes aumentou em paralelo com a pressão turística, com machos mais propensos do que as fêmeas.
“Encontramos manadas de elefantes cada vez mais tendentes a se afastar pelos números crescentes de veículos”.
Impactos do turismo na vida silvestre são objetos de outros estudos que revelaram que ele alimenta o medo, o estado de alerta, a agressividade, a vigilância e o comportamento de estresse em uma variedade de animais, incluindo rinocerontes e bisontes.
“A megafauna, como os elefantes africanos, estão entre as espécies mais populares para observação da vida selvagem, especialmente para turistas internacionais”, disse ela.
As descobertas foram baseadas em 26 elefantes machos e fêmeas identificados individualmente na reserva de caça de Madwike, na província de North West, África, entre abril de 2016 e junho de 2017.
“Nossos resultados mostram que mesmo com as regulamentações, onde a observação da vida selvagem é feita exclusivamente por veículos dirigidos por guias qualificados e o número total de turistas que veem elefantes a qualquer momento é restrito, o turismo levou a mudanças no comportamento dos elefantes”, disse a Dra. Szott.
Uma distância mínima consistente do indivíduo mais próximo, especialmente na primeira aproximação, deve ser introduzida nas diretrizes para observação da vida selvagem para aliviar o potencial de conflito entre os veículos turísticos e a vida selvagem, sugeriu ela.
“Isso daria aos elefantes, ou mesmo a outros animais selvagens, mais espaço e poderia reduzir a probabilidade de os animais se afastarem, proporcionando aos turistas experiências de observação mais longas e naturais.” As informações são do Daily Mail.
Ela disse que as reservas devem monitorar o comportamento dos elefantes para identificar quando a pressão turística tem efeitos potenciais sobre o bem-estar dos elefantes e treinar guias para monitorar o comportamento e ajustar as distâncias mínimas com flexibilidade.
“Este estudo contribui ainda para um pequeno, mas crescente corpo de literatura sobre impactos não-destrutivos do turismo em animais silvestres em animais selvagens.”
A observação de animais
O número de pessoas interessadas em observar a vida selvagem vem apresentando um crescimento significativo.
No caso das baleias, o ruído das embarcações atrapalham os sinais de ecolocalização que elas usam para encontrar comida. Além disso, a presença de barcos as distrai da alimentação. Em berçários, se estressados com a movimentação, mães e filhotes abandonam a área.
Um estudo mostrou que as orcas perdem até 25% de seu tempo de exploração quando as embarcações estão por perto. Com o declínio do salmão chinook, sua principal fonte de alimento, essa perda é completamente insustentável.