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Poluição plástica nos oceanos tende a dobrar até 2030

11 de março de 2019
4 min. de leitura
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A análise também revela que o dióxido de carbono liberado pela queima do material irá triplicar até 2030 e que os compostos plásticos da incineração estam ligados a doenças cardíacas. A WWF quer que plásticos de uso descartáveis, como sacolas de compras e canudos, sejam eliminados até 2030.

A cada minuto, mais de nove milhões de toneladas de plástico entram no oceano – o equivalente a 1,4 milhão de garrafas plásticas de meio litro.

Por serem mais baratos, os produtos plásticos são descartados com menos de três anos de uso e segundo a WWF, apenas 20% deles são coletados para reciclagem em todo o mundo, enquanto mais da metade é queimada ou enviada para aterros sanitários.

“O plástico está sufocando o planeta, das emissões causadas em sua produção aos animais prejudicados quando vazam em nossos oceanos”, disse Lyndsey Dodds, chefe de política marinha do WWF.

“A natureza não é descartável, é essencial – precisamos dela para nossa saúde, riqueza e segurança. Este é um problema global que requer uma solução global e é por isso que estamos pedindo um acordo legal das Nações Unidas para impedir o despejo de plásticos nos oceanos do nosso planeta até 2030”.

Segundo a organização, quase metade dos resíduos de plástico na Terra atualmente foi produzida depois do ano 2000, principalmente para embalagens e indústrias de construção e automóveis.

O WWF diz que mais de 270 espécies de animais foram prejudicadas por detritos plásticos, o que significa que pelo menos 1.000 tartarugas marinhas morrem a cada ano. Além disso, focas e golfinhos morrem presos a redes de pescas ou a outros pedaços de plásticos e amimais maiores como baleias engolem quantidades assustadoras destes materiais.

Segundo a Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA), o número de animais mortos ou feridos por lixo plástico não para de cresce e atingiu a maior alta de todos os tempos.

Os autores do relatório afirmam: “Todos os anos, humanos e outras espécies animais ingerem mais e mais nano-plásticos a partir de alimentos e água potável, com os efeitos completos ainda desconhecidos.

Marco Lambertini, diretor geral da WWF International, disse: “Nosso método atual de produzir, usar e descartar o plástico está fundamentalmente quebrado. As informações são do Daily Mail.

“É um sistema sem responsabilidade, e atualmente opera de uma maneira que praticamente garante que volumes cada vez maiores de plástico vazem para a natureza.”

Iniciativas

A atriz de cinema Bonnie Wright está se unindo a cientistas e ativistas para lançar uma pesquisa nacional sobre poluição de plástico em rios do Reino Unido e ajudará a coletar amostras de água de três pontos ao longo do rio Wye.

Amostras de rios de toda a Grã-Bretanha serão analisadas pela Universidade de Exeter para os níveis de microplásticos.

Redes de supermercados também estão direcionando seus esforços para acabar com o uso de plásticos em seus produtos.

A “Islândia” pretende eliminar completamente o plástico descartável de seus produtos de marca própria até 2023 e os testes serão lançados na loja-conceito Food Warehouse, uma das maiores lojas abertas pela empresa, em North Liverpool.

Ela não é a única a trabalhar para eliminar o plástico. No mês passado, a varejista Marks & Spencer anunciou que testaria 90 linhas de produtos sem embalagem em sua loja em Londres. O varejista também trocou adesivos de código de barras por uma opção ecologicamente correta, eliminou 75 milhões de peças de talheres e substituiu os canudos de plástico por alternativas de papel.

Além disso, Lisboa proibirá o uso de copos plásticos até 2020, o Reino Unido planeja banir completamente o uso de material descartável nas escolas até 2022, a Austrália cortou, 80% do uso de sacolas plásticas em apenas 3 meses e, no Brasil, a ilha Fernando de Noronha (PE) proibiu a venda e o uso de itens descartáveis.

Recentemente, companhia aérea portuguesa Hi Fly tomou medidas sem precedentes para melhorar a sustentabilidade, eliminando o plástico descartável em seus voos.

A empresa lançou um teste sem plástico em quatro voos no fim do passado, substituindo os talheres por xícaras e colheres de bambu. Saleiro e pimenteiro, pratos, potinhos de manteiga, garrafas de refrigerante e escovas de dentes foram trocados por alternativas mais sustentáveis.

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