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Mulheres veganas afirmam que são desprezadas por garçons

7 de fevereiro de 2019
5 min. de leitura
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Stef Bottinelli falou sobre suas experiências após a adoção de um estilo vegano e as dificuldades que enfrenta no dia a dia.

O veganismo é um estilo de vida baseado na compaixão e na luta contra a exploração e abuso de animais e do planeta que ainda é pouco compreendido e respeitado.

Uma pesquisa realizada no ano passado pelo aplicativo “Lifesum”, informou que 81% dos veganos já sofreram algum tipo de preconceito. Normalmente as reações vieram de familiares, amigos, restaurantes ou mercados.

Recentemente, veganos britânicos alegaram que foram ridicularizados e esnobados por garçons.

Três mulheres falaram ao Daily Mail sobre suas experiências após adotarem o veganismo e disseram ter encontrado problemas ao jantar fora de casa – de leite no café a salada contendo ovos.

O novo estudo revela que mais da metade dos veganos (61%) já enfrentaram dificuldades e foram desprezados pelos garçons enquanto comiam em restaurantes. Outros 41% afirmaram que os garçons lhes serviram acidentalmente alimentos excluídos de sua dieta e um terço (35%) disse que precisam se esforçar muito para encontrar os alimentos certos quando comem fora.

Os relatos vão de encontro ao título da Grã-Bretanha como “a capital mundial do veganismo” decorrente de  um número cada vez maior de britânicos que adotaram o estilo de vida por razões que vão desde a crueldade contra os animais até a proteção do meio ambiente.

A recente pesquisa foi conduzida pelo aplicativo “Spoon Guru”, que ajuda o usuário a encontrar o alimento certo usando a tecnologia da IA ​​e o conhecimento especializado de nutricionistas para fornecer sugestões de refeições e receitas personalizadas.

As descobertas mostram que, apesar do veganismo ser um movimento crescente, os adeptos em todo o Reino Unido ainda estão lutando para encontrar os alimentos.

“Seja devido a uma alergia, intolerância ou simplesmente pela escolha do estilo de vida, há um aumento no número de britânicos adotando alguma forma de dieta vegana”, disse Markus Stripf, co-fundador e CEO da Spoon Guru.

“Pessoas com necessidades alimentares não são mais a minoria, então não há melhor momento para conversas e educação sobre como tornar a descoberta de alimentos mais inclusiva”. As informações são do Daily Mail.

Os relatos

Leah Jennings, 36 anos, professora do leste de Londres:  “Há três meses, fui a um grande restaurante com quatro amigos e, ao solicitar uma opção vegana, eles me informaram que tinha acabado. Perguntei se poderiam providenciar algo simples pra mim. O garçom deu uma risadinha e respondeu: ‘Posso trazer um pouco de espinafre, se quiser’. O tom de voz e toda a situação foram muito desconfortáveis”.

Leah Jennings

“Eu agora pesquiso antes de sair para evitar situações como esta. Em outra ocasião, quando pedi uma salada vegana do menu, trouxeram a comida errada – uma salada com anchovas e ovos. Quando eu disse que aquele não era o meu pedido, o garçom disse: ‘Isso é vegetariano, exatamente o que você pediu”! Eu então comecei em uma longa conversa explicando a diferença”

Stef Bottinelli, 44, editora da revista Digital Ethica, Londres: “Desde que comecei minha jornada como vegana tem sido um desafio comer fora ou em grandes grupos, por exemplo: há um certo tempo, fui com amigos para um restaurante vegetariano que tinha algumas opções veganas. Infelizmente, o que eu pedi era intragável e quando falei isso a meus amigos, eles pareciam dizer que eu deveria ser apenas grata por haver algo vegano no menu. Eu senti que pareciam pensar que eu estava apenas querendo aparecer”.

“Em outra ocasião, saí para jantar com meu parceiro nos arredores de Londres antes do Natal. Nós reservamos um pub com antecedência e fomos informados que haviam boas opções de comida vegana, mas quando chegamos tudo o que vimos no cardápio era caril vegetariano, que na verdade não é vegano, então eu pedi algumas azeitonas, e esse foi o meu jantar”.

Stef Bottinelli

“No outono passado, fui à França em uma viagem de barco e preparei alguns ingredientes veganos básicos, como salsichas de tofu antes de sair de Londres, pois sabia que seria complicado encontrar esses produtos lá”.

“Fiz o mesmo quando fui até Dorset para passar um fim de semana, pois não havia supermercados perto de onde eu estaria hospedada. Eu encontrei algumas opções veganas nos restaurantes que visitei, mas com certeza eu comi bastante macarrão, risoto e o assado de noz onipresente”!

Shalini Soni, de 46 anos, escriturária e mãe do Essex: “Londres supostamente é um polo gastronômico mundial, no entanto, não para os veganos. Eu vim da Índia anos atrás e adoro morar aqui, mas depois de ver de uma alimentação tão diversificada, eu me esforcei para encontrar comida vegana que realmente tivesse um bom sabor.

“Infelizmente por causa da falta de escolha e conveniência, eu voltei a ser vegetariana e depois comecei a comer carne”!

Shalini Soni

“Jantar fora é o maior obstáculo. Estou chocada com a quantidade de garçons e garçonetes que não sabem o que é vegano. Eu já fui servida com ovos, queijo e até com leite no com o meu café. Mesmo quando aviso sobre isso antes”.

“O aspecto mais preocupante para mim é que eu escolhi ser vegana pelo estilo de vida, no entanto, me preocupo também com aqueles que possuem necessidades alimentares especiais e podem sofrer com os erros cometidos nos restaurantes”.

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