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Estudantes criam 'Petstop' para cuidar de animais abandonados em SC

17 de dezembro de 2018
4 min. de leitura
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Estudantes da Escola de Educação Básica Engenheiro Annes Gualberto, no bairro Iririú em Joinville (SC), criaram um Petstop em frente à unidade para ajudar cães que vivem nas ruas. A iniciativa, que também prestou homenagem ao cachorro morto após ser brutalmente espancado e envenenado em frente a um supermercado em São Paulo, faz parte do currículo do ensino médio integral ofertado no colégio.

Os cachorrinhos abandonados e que vivem nas ruas da Zona Leste podem se alimentar e tomar água no espaço implantado em frente à unidade escolar. Dois tubos de plástico foram adaptados e servem de alimentador, que é diariamente abastecido pelos estudantes. Os alunos desenvolveram a iniciativa para sensibilizar e conscientizar a população para um problema crescente que observaram na comunidade: o abandono de animais.

(Foto: Salmo Duarte)

— Nesta disciplina, os estudantes precisam planejar e colocar em prática um projeto de intervenção que envolva, inspire e leve reflexão à comunidade — explica o professor de língua portuguesa, Osmar Closs, um dos orientadores do projeto do Petstop.

O projeto de intervenção é uma disciplina exclusiva ofertada apenas para alunos da rede estadual que estão no ensino médio em tempo integral. No início do semestre, os alunos das segundas séries pensam, planejam e, depois, colocam em prática as ideias formuladas dentro da sala de aula. Os temas precisam envolver a população do entorno da escola nas iniciativas. Cada projeto tem dois professores orientadores que auxiliam os estudantes em todas as etapas.

No caso do Petstop, os alunos fizeram pesquisas sobre a temática e levantamento na comunidade sobre o abandono de animais. Após identificar o tema a ser trabalhado, eles começaram a planejar as estratégias e ações para ajudar a solucionar o problema. O projeto foi apresentado aos pais e à direção da escola e, depois de verificada a viabilidade, é que os estudantes colocaram em prática, captando recursos por meio de pedágios para comprar os materiais e construir o espaço.

— Primeiro, nós tivemos a ideia de colocar casinhas pelo bairro para os cachorros abandonados, mas ficaria muito caro. Aí pensamos em fazer bebedouro e comedouro para os cães para cuidar desses animais — conta o estudante Thomaz Bencke.

No escopo do projeto também está prevista a instalação de outros Petstops pelo bairro, além da adoção de um cachorro em situação de rua para ser cuidado pelos estudantes dentro da escola. As iniciativas devem ser colocadas em prática no próximo ano letivo, mas dependem da captação de recursos.

Foco na conscientização

Durante a elaboração do projeto aconteceram palestras na escola com representantes de Organização não governamental (ONGs) para chamar a atenção para o problema e conscientizar todos os estudantes. Para ajudar na sensibilização da comunidade, o muro da escola onde foi instalado o Petstop ganhou um novo colorido. Os Irmãos Feitosa, artistas plásticos de Joinville, pintaram a imagem do cachorrinho morto no final do mês passado no supermercado Carrefour em SP.

Além disso, frases contra o abandono e a violência aos animais chamam a atenção de pedestres e motoristas para o problema. A pintura foi realizada de forma voluntária pelos artistas e demorou cerca de duas horas para ser feita.

– Pegamos a situação do cachorro que foi maltratado e, pensando em ir além do abandono, mas também tratar sobre as questões dos maus-tratos contra os animais, com frases de conscientização – diz o artista Eduardo Feitosa.

Disciplina prepara para mercado de trabalho

A disciplina de projetos é oferecida aos estudantes de todas as séries do ensino médio integral da escola. Outras iniciativas estão sendo colocadas em prática pelos alunos, como, por exemplo, a reforma de uma quadra de esportes abandonado perto da escola, visitas a lares de idosos e revitalização de salas de aula do colégio.

Além dos projetos contribuírem com a comunidade, a disciplina ainda aperfeiçoa o conhecimento dos adolescentes e prepara eles para o mercado de trabalho, já que durante a formulação aprendem as fases de elaboração de um projeto, como gerenciar os riscos e estratégias para manter a iniciativa.

— O projeto prepara os alunos, os professores não podem interferir nas ideias. Mesmo que nós percebamos que a iniciativa não será viável, nós vamos somente orientar da melhor maneira. O que vale aqui é o aprendizado e não somente o resultado do projeto — conclui o professor.

Fonte: NSC Total

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