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Relatório da ONU propõe medidas inéditas para conter aquecimento global

10 de outubro de 2018
3 min. de leitura
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O Relatório do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC), da ONU, apresentou que temos até 2040 para reduzir o aquecimento global à 1,5ºC. O documento foi aprovado no último dia 6, em Incheon, na Coreia do Sul.

Ele será discutido na Conferência de Mudança Climática em Katowice, na Polônia, em dezembro deste ano. Durante o evento, líderes mundiais revisarão o Acordo de Paris, assinado por 195 nações em 2015. Na época, eles se comprometeram a combater o aquecimento global.

O relatório foi escrito por 91 autores e revisado por editores de 40 países. Ele foi criado em resposta ao pedido da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC).

O relatório aponta que o Oceano Ártico ficaria sem gelo no verão uma vez a cada século com o aquecimento de 1,5ºC. No entanto, caso o aquecimento seja de 2ºC, o gelo desapareceria uma vez a cada dez anos. (Foto: pixabay)

“Uma das mensagens principais que saem bem fortes desse relatório é que nós já estamos sofrendo consequências do aquecimento de 1ºC. Através de condições meteorológicas extremas, aumento no nível do mar e derretimento das geleiras no Ártico, entre outras mudanças”, afirmou Panmao Zhai, Co-Presidente do Grupo 1 do IPCC.

As consequências

O documento apresenta as diferenças para o planeta caso atinja o limite de 1,5ºC aquecimento, ao invés de 2ºC. De acordo com a publicação, até 2100, o aumento do nível do mar seria 10cm menor caso a temperatura aumente 1,5ºC ao invés de 2ºC. Além disso, o relatório aponta que 70% à 90% dos corais desapareceriam com uma faixa de 1,5ºC. Com 2ºC de aquecimento global, ele provavelmente desapareceriam.

Hans-Otto Pörtner é Co-Presidente do Grupo 2 do IPCC. Ele destacou que cada ponto que subirmos na temperatura, especialmente com aquecimento de 1,5ºC, os riscos associados à mudanças de longo prazo ou irreversíveis crescem. Segundo o pesquisador, isso pode acarretar até em perdas totais de ecossistemas.

Impactos da mudança

A determinação exige que os países adotem uma transição rápida e eficaz em diversos setores. São eles: energia, indústria, construção civil, transporte e cidades. As emissões de dióxido de carbono (CO2) causadas pela atividade humana teriam que diminuir em torno de 45% até 2030. Além disso, a meta de emissão zero teria que ser atendida até 2050. De acordo com o relatório, isso significa que as demais emissões teriam que ser balanceadas através da remoção do CO2 da atmosfera.

“Limitar o aquecimento global à 1,5ºC, comparado a 2ºC, reduziria os impactos nos ecossistemas, na saúde e bem estar humano, tornando mais fácil atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, afirma a Co-Presidente do Grupo 3 do IPCC, Priyardashi Shukla.

O que pode ser feito?

Você pode reduzir o seu impacto no aquecimento global prestando atenção nos alimentos que coloca no prato. A ONU propôs, em junho desse ano, que a redução do consumo de carne e laticínios podem ajudar a combater o aquecimento global. Além disso, a melhora nas práticas agrícolas e diminuição das taxas de desmatamento também entram na lista.

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