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Dia dos Cães: equipe da ANDA conta a experiência de adotar um cachorro

4 de outubro de 2018
8 min. de leitura
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Cadela Nina | Foto: Laine Silveira

Em 2018 a ANDA completa 10 anos e celebra o saldo de mais de 90 mil matérias e reportagens publicadas e muitos finais felizes contatos. Hoje (04), Dia Mundial dos Animais, Dia de São Francisco de Assis, Dia dos Cães, Dia da Natureza e Dia Nacional de Adotar um Animal não poderiam passar em branco na maior agência de notícias sobre direitos animais da América Latina.

Em novembro de 2008 nascia o portal da ANDA, mas a semente que acolhia o surgimento deste projeto nasceu muito antes e encarnado na forma de dois cãezinhos: Nina e Léo. Eles foram um presente dado à jornalista Silvana Andrade. Nina chegou ao novo lar em 2000 e Léo, em 2001. Atarefada em rotinas intensas impostas pelo trabalho como comunicadora social, Silvana encontrou uma nova forma de ver o mundo após conviver com os cachorros.

Ela abandonou uma bem sucedida carreira na mídia tradicional e se empenhou em fundar a ANDA para dar voz aos animais e ajudar na criação de um mundo mais consciente, compassivo e igualitário para todas as espécies. Atualmente, Nina e Léo não vivem mais entre nós, mas deixaram um legado inestimável que causa grandes transformações sociais e transforma a vida de muitos animais.

O cãozinho Léo quando bebê | Foto: Silvana Andrade

Segundos dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 20 milhões de cães vivem em situação de abandono no Brasil. Este número poderia ser ainda maior se não fosse o empenho de ONGs e protetores de animais de todo o país que lutam pela implantação de políticas públicas, controle populacional, adoção de animais e uma educação cidadã voltada para a importância da guarda responsável.

Graças a esse trabalho de conscientização, muitos cães têm a oportunidade de serem amados e finalmente terem um lar. Histórias bem sucedidas acontecem em todo o mundo, inclusive na equipe da ANDA. As jornalistas Silvana Andrade, Mariana Dandara e Eliane Arakaki compartilharão a seguir como a adoção de cães foram experiencias incríveis em suas vidas.

Nova mascote

Após perder Léo em abril de 2008 e Nina, em setembro de 2013, Silvana acreditava que não conseguiria preencher novamente seu coração após uma dor tão intensa, mas, inesperadamente, uma nova e muito especial personagem surgiu em sua vida: a cadelinha Babi, que atualmente é a linda mascote da ANDA.

Babi é cega e idosa. Ela foi abandonada em fevereiro de 2018 em um ponto de desova de animais e não tinha a menor chance de sobrevivência. Felizmente ela foi resgatada e através do intermédio de uma protetora, conheceu Silvana. A situação de negligência que Babi que viveu deixou graves sequelas. A batalha pelo bem-estar da cadela é uma luta diária para a jornalista, que através de uma corrente do bem conseguiu que ela recebesse tratamentos veterinários solidários.

Foto: Silvana Andrade

Após muito sofrimento, a cadelinha de 14 anos finalmente está tendo a chance de ser amada e cuidada. Silvana explica como é feliz e inspirador dividir a vida com a Babi. “Ela é fácil de cuidar, ela é fácil de conviver. Na verdade é uma benção, porque Deus deu a oportunidade de amar e cuidar de um ser tão lindo e vulnerável para que a gente possa dar muito amor e todos os cuidados”, disse.

A jornalista conta também o quanto tem sido gratificante ter a chance de conviver novamente com um cãozinho. “O amor cura todos os traumas emocionais passados. Todos os sofrimentos psicológicos e físicos que ela passou estão sendo curados com o nosso amor, porque ela é amada como uma filha. Adotar um animal idoso é viver lindamente cada segundo de um amor profundo. É entender que o tempo é curto, às vezes na correria da vida a gente não percebe. A lição que a Babi traz é de amar cada dia mais, e mais e mais, sem perder tempo, porque a vida é linda e muito passageira”, concluiu.

A matilha de Mariana

Mariana e a cadelinha Kira, recentemente falecida | Foto: Arquivo pessoal

O amor de Mariana Dandara pelos animais vem desde a infância. Ela sabe de cabeça todos os cãezinhos que ela já teve o prazer de conviver e dividir parte de sua vida. Em ordem cronológica, ela fala sobre seus amores que já se foram: Juliete, Axer, Nissa, Shake, Pingo e Kira, falecida há menos de três meses. E também daqueles que ainda estão com ela, as cadelas Julie, Luna, Hope e Mel.

Mel adora receber carinho | Foto: Arquivo pessoal

Luna é uma labradora creme de 8 anos de idade que chegou a casa de Mariana ainda bebê. Ao contrário das outras cachorrinhas, ela não foi adotada, e sim comprada. No entanto, a jornalista conta que tomou esta atitude por inconsciência e que felizmente teve a oportunidade de rever seus valores e adotar uma postura crítica em relação à venda de animais.

“Eu não me arrependo de ter a Luna, nunca vou me arrepender de tê-la, mas eu me arrependo do que eu tive que fazer para que hoje ela viva comigo. Na época eu não tinha a consciência que eu tenho agora. Hoje eu entendo que animais não são mercadorias e que a gente não deve comprá-los em hipótese alguma”, conta.

Julie | Foto: Arquivo pessoal

O carinho da Mariana também é dividido com Julie, adotada quando tinha apenas 45 dias de vida e hoje com 7 anos, com a pinscher Mel, hoje com aproximadamente 6 anos, e a SRD Hope, que foi resgatada da rua e ensinou a jornalista a importância da adoção de animais.

“Peguei ela quase morrendo com doença do carrapato e muito deprimida. O resgate da Hope me mostrou como abandonar um animal é ruim, não só para a saúde dele ou pelos riscos que ele corre nas ruas, mas também pela questão emocional e psicológica do animal. Eles sofrem muito, eles sentem muita falta dos tutores. Eles ficam deprimidos”, disse.

Hope | Foto: Arquivo pessoal

Segundo Mariana, cuidar dessa grande e afetuosa matilha dá muito trabalho, mas a satisfação é imensa. “Todos eles são os amores da minha vida”, conclui.

Luna | Foto: Arquivo pessoal

Raabe, Salomão e Naala

O desejo de ajudar os animais sempre foi latente em Eliane Arakaki. Jornalista de formação e após ter dedicado muitos anos de sua vida em uma carreira corporativa, ela buscou formas de contribuir com cães e gatos necessitados através das redes sociais.

E foi no ano de 2016 em um grupo de proteção animal no Facebook que ela conheceu a triste história da cadelinha Raabe, uma bebê de apenas quatro meses que foi covardemente abandonada pelo dono de uma pet shop que não conseguiu vendê-la. Eliane se comoveu com o trágico futuro da cachorrinha e sabia que precisava fazer algo. Assim, decidiu levá-la para casa e lhe dar um lar de verdade.

Eliane entre Salomão e Raaba | Foto: Arquivo pessoal

Além de Raabe, ela aumentou a família adotando o cãozinho Salomão, que nasceu em uma comunidade no Tatuapé, em SP, junto com 8 irmãozinhos. Todos foram adotados e as adotantes criaram um grupo no WhatsApp para mostrar o desenvolvimentos dos filhotes que atualmente têm cerca de dois anos de vida.

No entanto, Eliane ainda teve a oportunidade de ajudar a cadelinha Naala, que estava muito ferida nas ruas de São Paulo. Muito agressiva devido ao forte estresse e dor física, a pastora alemã vivia sob ameaças e estava prestes a ser recolhida pelo Centro de Controle de Zoonoses.

Sem nenhum temor, a jornalista se aproximou da cadela e a resgatou. Naala passou por um intenso tratamento veterinário e hoje é uma cadela saudável e bela. Eliane conta o quão importante é a existência dos cães em sua vida. “Eles são tudo para mim, eles são sentido a minha vida. Tenho veneração por eles, são tão superiores a nós na capacidade de amar e perdoar. Conviver com eles é como um presente que Deus nos dá para tornar a vida mais fácil. É um privilégio”, concluiu.

Adote

Dar uma chance a um cachorro vai mudar completamente a vida dele, a sua e pode, inclusive, como fizeram Léo e Nina, mudar o mundo. Adote. Hoje, amanhã e sempre que possível.

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