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Decisão de agência aumenta riscos para o rinoceronte-negro

5 de outubro de 2018
2 min. de leitura
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O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos realizou uma ação que pode contribuir para o fim dos menos de 5500 rinocerontes negros restantes no mundo. A espécie ameaçada de extinção está no centro de uma controvérsia envolvendo a agência norte americana, caçadores de troféus e a Namíbia, país africano que concentra cerca de 2000 exemplares do rinoceronte negro.

Rinoceronte negro se alimenta de grama em habitat natural
Rinoceronte negro se alimentando | Foto: International Rhino Foundation

A caça do rinocerontes negro na Namíbia é diversão para bilionários que enxergam espécies raras como troféus a serem conquistados. No início de 2018, um caçador texano abateu um exemplar de rinoceronte negro durante uma expedição de caça na Namíbia. Decidido a levar seu troféu para casa, solicitou junto ao Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos uma autorização para levar partes do animal abatido para o Texas. Meses depois, a agência concedeu a permissão, o que desafia a Lei de Espécies Ameaçadas dos EUA.

Segundo a lei americana, é ilegal importar espécies ameaçadas, a menos que tal ação tenha fins científicos ou de propagação e sobrevivência da espécie. A agência, então, abre um precedente perigoso. A Humane Society dos Estados Unidos, a Humane Society International e a Humane Society Legislative Fund, organizações defensoras dos animais, decidiram juntar esforços para convencer o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos a reconsiderar sua decisão e negar a permissão dada ao texano, bem como qualquer futura solicitação de importação de troféus.

Em comunicado à imprensa, Iris Ho, especialista em programas e políticas sobre vida selvagem na Humane Society International, declarou: “É chocante que o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos tenha escolhido emitir uma licença quando a caça ilegal de rinocerontes na Namíbia subiu as mortes da espécie de zero em 2006 para 90 em 2015. A agência não deve endossar a morte de uma espécie seriamente ameaçada para atender alguns poucos ricos”.

Iris endurece o tom ao dizer que “os Estados Unidos não devem se entregar a esquemas de pagamento por caçadores de troféus em busca de prêmios horríveis para levar para casa”. Além da revisão de permissões em contradição com a preservação de espécies, os defensores dos animais destacam a necessidade urgente de medidas para a conservação dos rinocerontes negros. Ainda, convocam a população a escrever para agência norte americana através do site regulations.gov.

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