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Paraíba e outros estados do Nordeste recebem R$ 1,6 milhão para projetos ambientais

16 de setembro de 2018
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A conservação dos biomas brasileiros vai contar com o apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Ao todo, são R$ 4,3 milhões destinados a 21 projetos e programas distribuídos em 16 estados brasileiros, além do Distrito Federal. O Nordeste é a região com maior número de iniciativas aprovadas. Oito propostas receberão, juntas, R$ 1,6 milhão. A relação dos trabalhos aprovados no primeiro edital de 2018 foi divulgada recentemente pela Fundação.

Reprodução


Parque Estadual de Dois Irmãos (PE)

Pernambuco é o estado que abrange o maior número de projetos. São quatro as iniciativas selecionadas que beneficiam a natureza local. O projeto “Irmãos do Parque: subsídios à execução e ampliação da abrangência do Plano de Manejo do Parque Estadual de Dois Irmãos, Pernambuco”, do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), propõe o monitoramento, pesquisa, revisão e implementação efetiva do plano de manejo do parque, a maior área urbana de Mata Atlântica no Nordeste, com 384 hectares de floresta madura.

Transplantação de corais (PE)

Outra proposta contemplada no estado, da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco, pretende implementar técnicas inéditas no Brasil de transplantação de fragmentos de corais de áreas menos ou não afetadas para áreas impactadas. A ideia é criar abordagens multidisciplinares; conscientização e treinamento de agentes locais; e determinação de parâmetros básicos para transplantação de fragmentos, cultivo, repovoamento e aperfeiçoamento da técnica; com o objetivo de recuperar colônias comprometidas para difundir a técnica no Brasil.

Borboletas da Caatinga (PE, RN e PB)

Entre os projetos pernambucanos aprovados também estão o “Monitoramento de borboletas em paisagens da Caatinga e Mata Atlântica Nordestina: subsidiando planos de manejo de Unidades de Conservação”, desenvolvido pela Fundação Norte Rio Grandense de Pesquisa e Cultura, e que abrange também os estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. A ação tem como principal foco subsidiar planos de manejo e a conservação de Unidades de Conservação da Caatinga e Mata Atlântica Nordestina. O trabalho será realizado com o monitoramento de borboletas (Lepidoptera: Papilionoidea) e avaliação do estado de conservação das UCs, por meio da caracterização das espécies ocorrentes e dos efeitos das alterações da paisagem sobre a diversidade de espécies, atualizando, assim, informações para auxílio à gestão.

Coral em perigo (PE e AL)

O outro projeto, que contempla ainda o estado de Alagoas, dá continuidade a uma iniciativa encerrada em agosto de 2017, também apoiada pela Fundação Grupo Boticário, que constatou que a espécie de coral endêmico Mussismilia harttii está em declínio populacional, sendo classificada “Em Perigo” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e já extinta em algumas regiões. Por isso, o projeto do Ecoassociados “Restauração e conservação das populações do coral endêmico Mussismilia harttii (Verrill, 1868) no Brasil” é uma medida emergencial que visa salvar a principal espécie construtora recifal do Brasil com propostas de ações a curto e longo prazos.

Turismo e corais (PB)

Também focada nos corais, a proposta “Saúde e conservação dos recifes costeiros da Paraíba e mitigação dos impactos do turismo local”, da Associação para o Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia, da Paraíba, prevê reduzir as pressões antropogênicas – derivadas de ações humanas –, manter a integridade do habitat dos recifes de corais, proteger a biodiversidade e provocar a conscientização de usuários que exploram os recifes. A partir de coletas serão elaborados mapas de restrição de usos, de proteção integral e de visitação.

Unidade de Conservação Sete Lagoas (PI)

Os estados do Piauí e Ceará também tiveram iniciativas selecionadas no edital. O primeiro foi contemplado pelo projeto “Unidade de Conservação Municipal Refúgio da Vida Silvestre Sete Lagoas”, da Fundação Pró-Natureza (Funatura), que propõe a criação de uma unidade de conservação de proteção integral em uma área localizada no coração da fronteira de expansão do agronegócio no Cerrado piauiense – próxima ao Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba e da Estação Ecológica Uruçúi-Una –, na qual caçadores praticam a caça predatória por identificarem ali um refúgio de animais.

Proteção a espécies ameaçadas (CE)

Já o “Programa Extinção Zero no Ceará (fase 2): implementação de quatro Planos de Ação Nacional para espécies ameaçadas”, da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), selecionou 14 iniciativas para compor a segunda fase de apoio ao Programa Extinção Zero, cobrindo pelo menos sete espécies à beira da extinção em ambientes costeiro-marinhos, de mata úmida e de Caatinga.

Pato-Mergulhão (BA, PI e MA)

Por último, a “Implementação das Ações Prioritárias do Plano de Ação Nacional Pato-Mergulhão Mergus octosetaceus, 2018-2022”, da Fundação PróNatureza (Funatura), foca no PAN Pato Mergulhão, que executa a estimativa populacional da espécie. Para isso, a iniciativa tem como prioridade absoluta de ação a avaliação detalhada dos locais de ocorrência e de outras áreas com habitat potencial para a espécie. O projeto contempla os estados da Bahia, Piauí e Maranhão, além de Goiás e Minas Gerais.

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