Em um artigo recentemente lançado pelo jornal norte-americano The Sun, intitulado ‘Vegan Mafia’ (máfia vegana), o tabloide afirmou que os ativistas veganos têm muito em comum com mafiosos, já que eles “regularmente ameaçam e intimidam agricultores e suas famílias e vandalizam suas terras”. O artigo foi criticado pelo defensor dos animais Joey Carbstrong, citado pelos jornalistas como um “viciado em drogas que virou vigilante vegano”.
O ativista fez um vídeo em que ele aponta vários erros (intencionais ou não) do veículo, e afirma que, na realidade, acredita que eles fizeram isso para atrair as pessoas. “Eu acho que é clickbait, eles estão tentando atrair pessoas, e funciona, mas é ridículo. Eles são os reis e rainhas do clickbait”, diz Carbstrong durante o vídeo.
A manchete do artigo do The Sun é: “Eles esmagam açougues, atacam fazendeiros e dizem que ordenhar uma vaca é o mesmo que um estupro: conheça a máfia vegan”. É importante notar que o açougue ao qual ele faz referência não foi – até então – “esmagado” por ativistas, mas sim grafitado com mensagens pró-veganismo. Ele disse que existem pessoas que vandalizam propriedades, mas ele – juntamente com 99% de outros veganos – condenam esse tipo de atividade.
O uso da palavra máfia atrelada aos ativistas foi outra coisa que deixou Carbstrong extremamente intrigado. De acordo com o dicionário, máfia seria “um corpo internacional organizado de criminosos”. E então ele mostra a foto de três senhoras, pacíficas, segurando cartazes pró-veganismo e diz: “Eles estão rotulando estas mulheres como a máfia, ao lado de criminosos perigosos”.
Para desbancar a última afirmação, de que os veganos comparam o tratamento direcionado às vacas leiteiras ao estupro, ele imita o movimento de ordenha da vaca, e questiona se alguém tem, de fato, o direito de interagir desta maneira com o animal – e o quanto isto não é uma prática abusiva.
De modo geral, ele analisa todo o artigo como um grande clickbait, feito apenas para chamar a atenção do público curioso, e recheado de informações imprecisas – ou até mesmo falsas – sobre um movimento complexo, pacífico e que luta, primordialmente, pelo bem-estar e direito animal. Mafiosos deveriam ser considerados todos os que pertencem a esta indústria que aprisiona, maltrata e abusa de seres vivos, resumindo-os a meros produtos para exploração.