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Companhia aérea Virgin Atlantic cortará carne de vaca e óleo de palma de seu cardápio

13 de julho de 2018
3 min. de leitura
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A companhia aérea internacional de Richard Branson, Virgin Atlantic, vem gradualmente removendo ingredientes considerados insustentáveis dos cardápios oferecidos à bordo. A iniciativa faz parte da parceria da empresa com uma organização sem fins lucrativos, a Sustainable Restaurant Association (SRA). Entre os principais componentes removidos do menu estão a carne bovina, o óleo de palma e a soja.

Reprodução | LiveKindly

De acordo com o Relatório de Sustentabilidade da Virgin Atlantic de 2017, a parceria com a SRA foi feita com o intuito de assegurar que todas as 5,5 milhões de refeições servidas pela Virgin Atlantic cumpram anualmente os padrões da empresa – em relação às condições de trabalho oferecidas aos funcionários e aos impactos causados ao meio ambiente. A atualização mais recente do programa de sustentabilidade da empresa inclui um enfoque na “remoção de alimentos que contribuem para o desmatamento”.

Agora todas as refeições oferecidas em voos caribenhos da Virgin Atlantic usam óleo de colza, economizando um total de 100 toneladas de óleo de palma por ano. A empresa não revelou detalhes específicos sobre como está trabalhando para reduzir o uso de carne bovina e soja.

Apesar da aeronave ainda ser a maior fonte de emissões de carbono de companhias aéreas, a Virgin Atlantic está comprometida em reduzir sua pegada de carbono de qualquer maneira, e a exclusão da carne bovina do cardápio foi direto ao ponto.

A pecuária é um dos maiores contribuintes para as emissões globais de gases de efeito estufa e dados recentes publicados pela Environmental Research Letters indicam que a carne bovina é um dos maiores culpados. Isso se deve a uma combinação de florestas derrubadas para dar lugar a gado e terra para cultivar rações, como soja e milho, que são largamente usadas para animais criados para carne e laticínios.

Reprodução | LiveKindly

A soja, por sua vez, é uma escolha popular para ração animal devido à sua acessibilidade. Por isso ela também contribui para o desmatamento. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos indica que 70% da soja cultivada no país é designada para gado, enquanto apenas 15% é usada para alimentação humana. De acordo com a WWF, a produção mundial de soja prejudica alguns dos ecossistemas mais vulneráveis ​​do planeta, como as florestas tropicais da Amazônia e outras regiões da América do Sul.

O óleo de palma, também conhecido como azeite de dendê, se tornou um ingrediente muito comentado nos últimos anos devido a seus efeitos catastróficos em países como Indonésia ou Malásia, onde métodos rápidos de produção deixaram animais em extinção, como orangotangos, tigres de Sumatra, elefantes pigmeus e outros sem moradia. O óleo de palma também foi listado pelo Departamento do Trabalho dos EUA como uma das indústrias mais exploradoras do trabalho infantil.

Branson falou sobre os abusos do óleo de palma em pessoas, animais e no planeta. Em fevereiro passado, ele escreveu um artigo detalhado pedindo o fim da produção insustentável de óleo de palma. O bilionário também acredita que a agropecuária em breve será coisa do passado e já havia postado no blog sobre como o filme “Okja” da Netflix levou a sua decisão de abandonar a carne bovina. Ele também é um investidor em startup de carne limpa, Memphis Meats.

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