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Planeta caminha para o pior cenário climático já registrado

1 de junho de 2018
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Há 400 meses o planeta vêm apresentando temperaturas acima da média consecutivamente | Imagem: Barnaby Chambers
Há 400 meses a Terra vêm apresentando temperaturas acima da média consecutivamente | Imagem: Barnaby Chambers

Enquanto dezembro de 1984 foi o último mês em que o planeta teve temperaturas abaixo da média, abril de 2018 foi o 400º mês consecutivo com temperaturas acima da média na Terra, segundo a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA, na sigla em inglês). Isso significa também que estamos caminhando para uma mudança climática de 2 graus Celsius para cima, um número que terá efeitos devastadores sobre a biodiversidade da Terra.

A Terra não só alcançou e proeza de 400 meses consecutivos de aquecimento, como abril último foi o terceiro mais quente já registrado em toda a história, segundo o relatório divulgado este mês pela NOAA. Os níveis de dióxido de carbono também atingiram outro marco ao bater o “nível mais alto da história registrada em 410 partes por milhão” no mês passado.

Com esses novos dados, os cientistas agora já estão prevendo que o pior cenário esperado, no qual o planeta esquenta mais de 2 graus Celsius acima das temperaturas pré-industriais. até o final do século, se tornou mais provável e real do que nunca, para nosso desconforto.

Esse número não foi estabelecido por acaso. Limitando o teto do aquecimento global a apenas 1,5 grau Celsius acima das temperaturas pré-industriais, impediria também a carnificina que a mudança climática teria sobre a biodiversidade da Terra. Um novo estudo publicado na Science na sexta-feira descobriu que manter o aquecimento global abaixo de 1,5 grau centígrado preservaria dezenas de milhares de espécies terrestres de plantas, vertebrados e insetos que vivem no planeta.

Liderado por Rachel Warren, Ph.D., do Tyndall Centre for Climate Change Research, o estudo usou uma combinação de dados e simulações climáticas, em mais de 115.000 espécies terrestres em todo o mundo, para averiguar quanto aquecimento cada espécie seria capaz de suportar. Warren descobriu que se o planeta experimentasse um aquecimento de 2 graus Celsius até 2100, 18% das espécies de insetos, 16% das espécies de plantas e 8% das espécies de vertebrados teriam suas áreas geográficas encolhidas em mais da metade. No entanto, sob apenas 1,5 graus Celsius de aquecimento, esses números caíram para 6% dos insetos, 8% das plantas e 4% dos vertebrados.

Os 195 países que ainda fazem parte do Acordo de Paris se comprometeram a limitar o aquecimento global a “bem abaixo” do número mágico de 2 graus Celsius acima das temperaturas pré-industriais. No entanto, a literatura científica incluída nesses acordos contêm poucos detalhes sobre os efeitos de se ultrapassar aos 2 graus. Com os novos dados disponíveis, espera-se que o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas se reúna no final de 2018 para finalizar um relatório especial sobre os impactos de se alcançar a temperatura de 1,5 grau Celsius de aquecimento

Contudo, mesmo que todos os países que aderiram ao Acordo de Paris cumpram suas metas, sem a cooperação total na redução das emissões de gases do efeito estufa, algumas projeções alertam que as temperaturas globais poderão subir acima de 3 graus ou 4 graus até 2100. Com o aquecimento de 400 meses consecutivos, o momento em que o planeta aquece a 2 graus Celsius se aproxima cada dia mais.

 

 

 

 

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