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ONU inicia ações para reduzir sua própria pegada ambiental

12 de junho de 2018
3 min. de leitura
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A cidade de Goma, na fronteira da República Democrática do Congo, é há décadas um centro de operações humanitárias da ONU. As ações visam reduzir conflitos e apoiar a comunidade em caso de desastres naturais.

A capital da província de Nord-Kivu, em Goma, também abriga a maior operação de manutenção da paz da ONU, a Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco).

A cidade, com um milhão de habitantes, passou por desafios ambientais e de saúde pública devido à gestão inadequada de resíduos sólidos.

Uma avaliação feita em 2014 pelos PNUD, em conjunto com município de Goma, revelou resultados assustadores. Foi estimado que os residentes geram entre 600 e 800 toneladas de lixo diariamente. No entanto, menos de 5% desses resíduos são coletados, sendo a maior parte queimada, enterrada ou descartada de forma aberta. O descarte imprudente de detritos está causando inúmeros impactos ambientais e na saúde da região.

Lixo acumulado e várias pessoas e automóveis dividem a rua de terra.
A gestão de resíduos sólidos é um dos mais desafiadores problemas ambientais e de saúde pública de Goma (Hassan Partow / UN Environment).

A avaliação também apontou que, apesar da missão ser essencial no enfrentamento da crise humanitária, as operações geram mais lixo. Isso complica ainda mais a situação da cidade que já tem dificuldades em gerenciar seus próprios resíduos.

Para ajudar a resolver este desafio, foi lançado um projeto de compostagem de lixo em julho de 2015. Nele, restos de alimentos de militares são doados a um projeto comunitário local para compostagem.

 

Dois homens peneiram terra em meio ao lixo.
A produção de compostagem a partir de resíduos biodegradáveis ​​pretende reduzir desperdícios.  (Hassan Partow / UN Environment)

Além de acabar com desperdício de comida, a Monusco também realizou outra ação em prol da sustentabilidade. Uma parceria com a Eco Plastic, empresa da vizinha Ruanda, permitirá a conversão de garrafas plásticas em pedras de pavimentação. A receita resultante será utilizada para treinar comunidades na produção de artesanato; fornecer gado às comunidades locais; e construir abrigo para pessoas deslocadas e outras comunidades vulneráveis. Algumas das receitas também são usadas para pagar as taxas escolares para crianças vulneráveis.

A missão de manutenção da paz também recicla as grandes quantidades de resíduos de papel de suas operações. O processo resulta em briquetes, que são usados ​​pela comunidade local para cozinhar.

O projeto Goma é um dos exemplos de como a ONU está buscando reduzir sua pegada ambiental.

De acordo com o Greening the Blue Report 2017, 20 entidades da ONU estão implementando planos de gestão de resíduos. A maioria dessas entidades adotou planos para reduzir o uso de papel e de garrafas plásticas.

O relatório observou ainda que 77% dos resíduos foram gerados em Missões de Campo. Isso ocorre seus ocupantes trabalham e vivem no local das missões, ao contrário de um escritório típico da ONU, onde o lixo é gerado apenas durante o horário de trabalho.”

Todos esses esforços se enquadram na estratégia de neutralidade em relação ao clima da ONU, adotada em 2007.

 

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