A grife italiana Gucci, que parou de usar peles no final do ano passado, agora decidiu não utilizar angorá em suas produções.
Com essa sua recente decisão em prol do bem-estar animal, a Gucci junta-se a outras empresas como Calvin Klein, Ralph Lauren, Anthropologie, Asos, BCBG Max Azria e a Gap, que também proibiram peles e angorá das suas respectivas coleções.
Os executivos da Gucci não quiseram comentar a decisão nesta terça-feira (26), depois que a PETA divulgou a política livre de angorá da empresa.
Acredita-se que a escolha da marca de banir o angorá tenha sido feita no final do ano passado.
Antes do Dia Mundial do Meio Ambiente, a empresa de luxo lançou o Gucci Equilibrium no Equilibrium.gucci.com, uma coleção “projetada para conectar pessoas, planeta e um propósito”.
A PETA afirma que a Gucci é uma das 330 marcas que se tornaram livres de angorá. O apoio da Gucci poderia aumentar ainda mais a pressão sobre marcas que ainda não baniram a pele, dada a influência do diretor criativo Alessandro Michele na indústria da moda.
A marca italiana está mais de acordo com as práticas de Stella McCartney, que também faz parte da holding especializada em itens de luxo, Kering , e que há muito evita o uso de pele e de couro. Uma porta-voz da PETA disse nesta terça-feira que o grupo está pedindo à Kering que proíba o angorá em todas as suas marcas e que varejistas como a Nordstrom façam o mesmo.
Para conscientizar mais marcas a banirem o uso de angorá, a PETA expôs a realidade das fazendas onde esses animais são criados para destacar o que descreveu como “a crueldade rotineira” em relação aos coelhos no processo de morte. Garantir o bem-estar dos animais durante o processo pode ser um desafio, disseram fazendeiros.
A PETA afirma que 90% da lã de angorá vem da China, “onde não há penalidades por abuso animal em fazendas e nenhum padrão para regular o tratamento dos animais. Quando você compra um suéter, chapéu ou outro produto que contém angorá, a lã de angorá provavelmente se originou na China, mesmo que o produto tenha sido fabricado em outro lugar ”.
Kitty Block, presidente em exercício e diretora executiva da Humane Society dos EUA, disse na terça-feira: “Quando a Humane Society trabalhou com a Gucci para proibir peles no ano passado, sabíamos que a promoção positiva que receberiam levaria a políticas adicionais de proteção animal. Ao banir o angorá, a liderança da Gucci mostra novamente que as marcas de moda de luxo podem se beneficiar ao tomarem decisões em prol do bem-estar animal ”.
No início da Semana de Moda de Milão, em fevereiro, três ativistas da PETA chamaram a atenção pelos protestos contra o uso de angorá nas coleções das grifes, carregando placas enquanto usavam máscaras de coelho e roupas íntimas. Eles queriam lembrar aos visitantes “Pele de Coelho Não É Sua” e “Coelhos Sofrem Por Pele e Angorá”. A demonstração foi uma ação conjunta entre a PETA e o grupo de direitos dos animais La Loro Voce – Iene Vegane.