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Vídeo mostra elefantes tremendo de medo nos bastidores de um circo

17 de junho de 2018
3 min. de leitura
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Enquanto a música explode ruidosa nos alto-falantes e as luzes piscam enlouquecidamente em torno do movimentado palco-anel do Garden Bros Circus, escondida por detrás de uma cortina acontece uma cena muito mais solene e triste.

Enquanto as bicicletas barulhentas dão voltas rápidas e alucinadas ao redor do ringue, dois elefantes se amontoam um contra o outro, atrás das barricadas de metal, balançando as cabeças e os troncos para frente e para trás, repetidamente, apavorados. O público aplaude, grita e vibra nas arquibancadas, sem saber que os animais estão sofrendo horrivelmente a poucos metros de distância.

Durante os shows diários, os dois elefantes fêmeas, chamadas de Isa e Viola, são forçadas a se apresentar para as multidões barulhentas usando fantasias incômodas e chamativas. Mas o resto do tempo, elas são escondidas atrás das cortinas onde ficam amontoadas, encolhidas e apavoradas com os barulhos de estourar os tímpanos das outras apresentações do circo.

Nos últimos 50 anos, esta tem sido a sua vida diária.

Treinados com choques e espancamentos, elefantes fazem show no circo | Foto: Instagram
Treinados com choques e espancamentos, elefantes fazem show no circo | Foto: Instagram

O novo vídeo foi filmado pela Animal Defenders International (ADI, na sigla em inglês) durante um espetáculo em 23 de março em Broomall, Pensilvânia.

“Eles formaram uma fila ao lado dos elefantes, acelerando seus motores ao máximo antes de entrar no palco”, um representante da ADI disse sobre os motociclistas. “Foi muito alto”, desabafou ele.

O Garden Bros Circus, que viaja por todo o país ao longo do ano, tem um recorde tenebroso de choques e espancamentos de elefantes, utilizando ganchos afiados e enormes de metal, durante as sessões de treinamento. Em 2014, a ADI estqva no local e testemunhou Isa ter um ataque de estresse e atacar outro elefante durante o treinamento, em Utah.

Confinados a um espaço minúsculo, os elefantes se amontoam um sobre o outro | Foto: Animal Defenders Internacional
Confinados a um espaço minúsculo, os elefantes se amontoam um sobre o outro | Foto: Animal Defenders Internacional

Apesar do conflito todo, ela ainda foi forçada a se apresentar e dar carona para as crianças em suas costas naquele mesmo dia.

Ambos os elefantes, que foram tirados da natureza quando eram ainda bebês, tentaram várias vezes escapar de seus claustros no circo. Isa nasceu em 1970 e foi capturada um ano depois, enquanto a data de captura de Viola é desconhecida.

O comportamento oscilante mostrado no vídeo, conhecido como comportamento estereotípico, é um sinal de estresse extremo e é frequentemente visto em animais presos em cativeiro. Para lidar com os espaços limitados e a falta de liberdade, os animais podem ser vistos andando num ritmo obsessivo ao redor de si mesmos e do ambiente e esfregando-se contra as paredes de seus claustros

“O espaço restrito que esses elefantes têm para se movimentar está causando sofrimento mental e físico a eles, resultando no comportamento anormal visto nas filmagens”, disse Jan Creamer, presidente da ADI.

E os elefantes ainda são obrigados, após o show, a carregar crianças em suas costas | Foto: Animal Defenders Internaional
E ainda são obrigados, após o show, a carregar crianças em suas costas | Foto: Animal Defenders Internaional

Agora, a ADI está pedindo aos defensores dos direitos animais que manifestem seu apoio a uma lei federal que proíbe o uso de animais selvagens em circos itinerantes, para ajudar inúmeros animais, assim como Isa e Viola.

“Os circos simplesmente nunca vão atender às necessidades dos animais”, acrescentou Creamer. “Balançando-se para frente e para trás em um espaço minúsculo, seus movimentos repetitivos e indefesos mostram que eles estão enlouquecendo aos poucos.”

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