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Aquecimento global: aumento de apenas 1,5ºC causaria menos impacto às vidas animais

22 de maio de 2018
3 min. de leitura
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Limitar o aquecimento global a 1,5 °C salvaria a maioria das espécies de plantas e animais do mundo dos estragos da mudança climática, revelaram cientistas.

O acordo de Paris, tratado sobre as mudanças climáticas, tem como objetivo manter as temperaturas globais abaixo do aumento de 2°C, limitando-as em 1,5ºC.

Recentemente, cientistas revelaram que manter uma elevação de apenas 1,5 °C atenuaria metade dos riscos associados ao aquecimento de 2 °C. A grande maioria dos animais, insetos e plantas sofreriam menos com riscos de extinção.

Ursos polares são extremamente afetados pelo aquecimento global (Foto: Pixabay)
Ursos polares são extremamente afetados pelo aquecimento global (Foto: Pixabay)

Pesquisadores da Universidade de East Anglia e da Universidade James Cook, na Austrália, estudaram 115 mil espécies no maior estudo desse tipo, avaliando o impacto das temperaturas nas vidas animais e vegetais. Esse foi também o primeiro estudo a explorar como limitar o aquecimento a somente 1,5°C beneficiaria as espécies globalmente.

O estudo pesquisou os impactos em 31 mil insetos, 8 mil aves, 1,7 mil mamíferos, 1,8 mil répteis, mil anfíbios e 71 mil espécies de plantas. “Queríamos ver como os diferentes climas projetados futuros fizeram com que as áreas se tornassem climaticamente inadequadas para as espécies que vivem lá”, disse a pesquisadora Rachel Warren, do Centro Tyndall de Pesquisas em Mudanças Climáticas da Universidade de East Anglia, em entrevista ao The Daily Mail.

“Medimos os riscos para a biodiversidade contando o número de espécies projetadas para perder mais da metade de sua distribuição geográfica devido à mudança climática, e descobrimos que alcançar o objetivo final do Acordo de Paris e limitar o aquecimento a 1,5 ° C acima dos níveis pré-industriais, traria enormes benefícios para a biodiversidade – muito mais do que limitar o aquecimento a 2 °C”, contou Rachel.

Espécies beneficiadas

O estudo, publicado na revista Science, analisou a capacidade das espécies de se mudarem para locais mais adequados à medida que o mundo se aquece. Pássaros, mamíferos e borboletas têm a maior capacidade de se dispersar, o que significa que eles estão mais propensos a sobreviver com mais altas temperaturas.

O rinoceronte-negro é uma espécie ameaçada que poderia ser salva das mudanças climáticas se o aquecimento global se limitasse a um aumento de 1,5ºC (Foto: Pixabay)
O rinoceronte-negro é uma espécie ameaçada que poderia ser salva das mudanças climáticas se o aquecimento global se limitasse a um aumento de 1,5ºC (Foto: Pixabay)

Os cientistas dizem também que criaturas de todo o mundo se beneficiariam, mas particularmente aquelas da África Meridional, da Amazônia, da Europa e da Austrália. Entretanto, insetos são particularmente sensíveis à mudança climática e salvá-los é particularmente importante, contaram os pesquisadores.

“Exemplos de animais que realmente se beneficiam de limitar o aquecimento a 1,5 °C incluem o rinoceronte-preto, que já é altamente ameaçado pela caça ilegal e perda de habitat”, disse o co-autor do estudo Dr. Jeff Price, da Universidade de East Anglia.

A 2 °C de aquecimento, 18% dos 31 mil insetos estudados morreriam, e os números são reduzidos  para 6% se o aumento fosse até 1,5ºC. Porém, até agora, se os países cumprirem as suas promessas internacionais para reduzir as emissões de gases estufa, o aquecimento global deverá aumentar em 3 °C. Os pesquisadores apontam que, neste caso, quase 50% das espécies perderiam metade da sua chance de sobrevivência.

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