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Macaco aprisionado em jaula repleta de lixo por 10 anos é resgatado

3 de maio de 2018
3 min. de leitura
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Um macaco gibão-de-bochechas-brancas-do-norte (Nomascus leucogenys) foi encontrado vivendo aprisionado em uma jaula repleta de lixo, como garrafas plásticas de água, sacos de plástico e comida velha e apodrecida. Acredita-se que o animal esteve nesse ambiente por aproximadamente de uma década.

A Wildlife Friends Foundation Thailand (WFFT) recebeu um telefonema de um homem que vivia em Nakhon Pathom, Tailândia, e queria entregar o animal que mantinha como ‘animal doméstico’.

Macaco gibão resgatado após viver uma década em gaiola cheia de lixos na Tailândia (Foto: WFFT)
Macaco gibão resgatado após viver uma década em gaiola cheia de lixos na Tailândia (Foto: WFFT)

O homem alegou que sua ex-namorada havia comprado o animal, nomeado Thong, há dez anos, no mercado Chatuchak Weekend, em Bangkok, na Tailândia. O local é conhecido por vender animais silvestres vítimas do tráfico.

Gibões-de-bochechas-brancas-do-norte são animais criticamente ameaçados, correndo sério risco de extinção, logo capturar e vender esses animais seria prejudicial para a espécie, que já não é mais encontrada na China desde 1990 devido à dizimação que sofreu.

Tom Taylor, diretor assistente da WFFT, contou ao The Dodo: “Fomos informados pelos proprietários de que Thong havia escapado cinco vezes e atacado e ferido pessoas”, evidenciando o estresse do animal. “Eles finalmente perceberam que é um animal selvagem e não um animal doméstico”.

A jaula em que o animal vivia era remendada com sucata de metal, corda e plástico, e o tutor de Thong passava sua comida e água através de buracos na gaiola. “Thong não tinha acesso à água potável, então apenas entregavam as garrafas que ele próprio abria. A gaiola não tinha uma porta para que não pudesse ser aberta pelo animal”.

Além do mais, a jaula nunca foi limpa, logo Thong viveu uma vida, se alimentou, defecou e dormiu no mesmo espaço, repleto de lixo e com apenas três buracos no qual podia observar o mundo exterior.

A gaiola em que vivia o macaco gibão era de extrema precariedade e repleta de lixos, fezes e totalmente insalubre (Foto: WFFT)
A gaiola em que vivia o macaco gibão era de extrema precariedade e repleta de lixos, fezes e totalmente insalubre (Foto: WFFT)

O resgate foi realizado pela equipe da WFFT, e Taylor, o diretor assistente, escreveu em um post no Facebook: “Tivemos que salvá-lo desse buraco, então saímos cedo para libertá-lo”. A equipe de resgate precisou usar uma faca para cortar a corda e plástico que cobriam a gaiola. Após esforços, conseguiram remover o macaco e transferi-lo para o centro de resgate da WFFT.

“Surpreendentemente, após a verificação de saúde inicial, o peso do corpo do animal é normal e seu movimento não parece muito restrito, considerando que ele passou anos confinado nessa pequena gaiola suja”, disse Taylor. “Ele está atualmente em quarentena, onde será observado, e também faremos exames de sangue para ver se há algum problema de saúde”.

Outros gibões resgatados pela WFFT estão se aproximando de Thong no centro de resgate, e Taylor comentou: “Esperamos que o macaco possa se mudar para uma das florestas da WFFT.”

A espécie vive cerca de 40 anos, e com apenas 10 anos, Thong deve ter uma próspera e alegre vida pela frente. Após o resgate, finalmente deixará de ser explorado e aprenderá o que é a liberdade.

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