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Número de ursos explorados em fazendas de bile aumenta

30 de abril de 2018
3 min. de leitura
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Um estudo recente mostra o aumento significativo de locais que exploram ursos, sugerindo que as instalações de exploração triplicaram em número entre 2012 e 2017. O estudo foi realizado pela TRAFFIC e publicado na Global Ecology and Conservation.

Na República Democrática do Lao, que é um país ligado à fronteira com Myanmar, Camboja, China, Tailândia e Vietnã, sugere que empreendimentos estrangeiros e de turismo podem estar apoiando a indústria de ursos do país, sendo explorados para a extração de bile.

Em alguns países da Ásia, a bile desses ursos é transformada em medicamentos que, segundo a medicina oriental, ajudam na cura de doenças. Para isso, os animais são mantidos em gaiolas, onde retiram o líquido, produzido por seus fígados. A prática é extremamente cruel, fazendo os animais sofrerem intensos maus-tratos e incentiva o tráfico e cativeiro desses ursos selvagens.

Um dos ursos explorados, enjaulado em uma fazenda do Laos em 2012 (Foto: TRAFFIC)
Um dos ursos explorados, enjaulado em uma fazenda do Laos em 2012 (Foto: TRAFFIC)

O procedimento é legalizado na China, mas mal visto pela população. No Vietnã é ilegal, porém a fiscalização é fraca, e o tráfico de ursos e extração de bile ainda são uma realidade. E embora haja uma movimentação para proibir a prática no Laos, nada ainda foi decidido.

Duas das sete instalações comerciais de ursos perto da fronteira entre o Laos e a China mantinham 89 animais cativos em 2017, contra 30 em 2012. Cerca de 60 animais, estava em Boten, a cerca de um quilômetro da fronteira chinesa.

Além disso, duas fazendas na China foram responsáveis ​​por 80% dos 116 animais encontrados na pesquisa de 2017, disseram os pesquisadores. Os pesquisadores explicaram que existe relação e cooperação entre o comércio criminosos de ursos entre o Laos e a China.

Kanitha Krishnasamy, diretora regional do TRAFFIC no Sudeste Asiático, explicou à World Animal News: “A história do comércio e da cooperação [entre os dois países] significa que a ação bilateral é essencial para abordar a criação de ursos na República Democrática do Laos”. E essa não seria a primeira cooperação entre as duas nações para o tráfico e comércio de animais selvagens.

“As agências de segurança pública devem aumentar a vigilância e o monitoramento do comércio doméstico e internacional de animais silvestres, inclusive em pontos críticos como Zonas Econômicas Especiais e Específicas, e fechar todos os estabelecimentos que vendem animais silvestres”.

Embora os autores tenham constatado que o número total de fazendas desses animais em Laos reduziu em um, e que o número total de ursos só aumentou em um desde 2012, o número de ursos cativos mantidos nas duas instalações do norte próximas à fronteira chinesa triplicou, ou seja, o comércio e o tráfico mantêm-se ativos, assim como a torturante e triste vida dos animais capturados.

O estudo realizado pela TRAFFIC mostrou também pelo menos 12 incidentes em que ursos-negros asiáticos foram encontrados por proprietários privados – todos foram supostamente capturados na natureza e que, provavelmente, seriam destinados às ‘fazendas’ de ursos.

Os autores do estudo chamaram a atenção do governo do Laos, exigindo que sigam as etapas recomendadas pela Secretaria da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES), incluindo o desenvolvimento e implementação de diretrizes legislativas para esses e outros animais selvagens ameaçados de extinção, evitando que continuem a ser explorados, traficados, enjaulados e torturados.

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