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Mineração de areia ameaça o meio ambiente em Uganda

3 de abril de 2018
3 min. de leitura
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A mineração de areia em Uganda representa uma grave ameaça para o meio ambiente. Os ambientalistas do país afirmam que uma importante zona úmida que atravessa uma rodovia que liga a capital de Kampala à cidade  de Masaka está sendo prejudicada por uma agressiva extração de areia.

A zona úmida de Lwera é uma área de captação para vários rios que fluem para o Lago Victoria, a areia tem a função de purificar a água. A região é o lar de várias espécies terrestres e aquáticas e os ambientalistas estão preocupados, pois a drenagem que atinge mais de 12 metros de profundidade pode alterar ou destruir o habitat dos animais.

A estrada Kampala-Masaka  também poderá correr em risco de inundações, como advertiu a Conferência de Desenvolvimento Urbano e de Infraestrutura no Twitter:

Existem regulamentos para controlar a mineração de areia no local. No entanto, Autoridade Nacional de Gestão Ambiental (NEMA) não tem muito orçamento para financiar agentes de monitoramento.

O presidente do Comitê Parlamentar de Recursos Naturais, Alex Byarugaba, acredita que a falta de verba contribuiu para que a (NEMA) não fizesse seu trabalho para proteger o meio ambiente, permitindo que as empresas destruíssem os habitats das espécies aquáticas e terrestres:

“A NEMA tem o dever de regular as atividades que ocorrem nas zonas úmidas, mas devido à relutância da organização, a degradação ambiental está aumentando em áreas onde a mineração de areia está sendo feita, como as margens do Lago Victoria e Lwera”, declarou Byarugaba.

Alem disso, há pouca iniciativa para interromper a mineração porque isso dificulta a “geração de emprego”. O ministro ugandês encarregado do gerenciamento da água e do meio ambiente declarou que, por esta razão, as empresas mineradoras de areia não podem ser interrompidas, embora ele insista que todas as empresas deveriam agir da maneira correta.

De acordo com o jornal Daily Monitor, vários funcionários da (NEMA) foram ao local para encerrar as escavações que atingem mais de 12 metros de profundidade, mas suas operações foram interrompidas devido à falta de financiamento.

A empresa chinesa Mango Tree foi encarregada de se envolver na mineração de areia sob a licença de construção de navios no lago. De acordo com uma declaração da (NEMA):

“Um caso criminal foi aberto contra a Mango Tree, depois de uma dica de que um grande navio no Lago Victoria estava minando e lançando areia em Miami Beach, em Luzira.”

Em uma matéria da emissora NTVUganda, o membro do parlamento e ativista John Baptist Nambeshe citou a corrupção como uma forma que empresas recebem as licenças.

Veja o vídeo em Inglês e sem legendas:

Apesar de o Uganda ser signatário de vários acordos ambientais multilaterais das Nações Unidas, como a Convenção Sobre a Diversidade Biológica, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação UNCCD,  a Convenção de Ramsar  e muitos outros, o governo de Uganda não conseguiu proteger e garantir efetivamente a exploração dos recursos ambientais, exploração que atinge diretamente a vida animal.

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