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Milhões de cães são baleados e envenenados sob o pretexto de evitar a propagação da raiva

17 de março de 2018
3 min. de leitura
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Foto: World Animal Protection

Dos estimados 700 milhões de cães do mundo, estima-se que 75% estão abandonados ou vivendo livremente. Até 10 milhões deles são brutalmente mortos a cada ano, principalmente devido a uma tentativa equivocada de acabar com a propagação da raiva.

Embora a raiva canina tenha sido eliminada nos Estados Unidos e em todo o mundo desenvolvido, a doença ainda é um grande problema global. Aproximadamente 59 mil pessoas em todo o mundo ainda morrem de raiva anualmente, sendo que a maioria é criança. Segundo o Alternet, 99% dos casos de raiva humana são transmitidos por mordidas de cães.

Quando os cães contraem a raiva, eles sofrem uma morte violenta e angustiante. Porém, milhões deles também são vítimas da crueldade de governos e de comunidades locais que possuem medo da doença. A resposta mais constante aos surtos de raiva é o extermínio em massa dos animais porque é um modo barato e fácil de controlar a doença. Porém isso não impede a propagação da raiva. Além disso, esses assassinatos são cometidos por meio de métodos extremamente cruéis como eletrocussão, tiroteio, envenenamento ou o espancamento dos cães até a morte.

O medo da raiva resulta na morte de cães que não fizeram nada de errado e não estão infectados. O problema pode ser resolvido: ao vacinar a maioria dos cães e promover a tutela responsável, é possível proteger os animais e as pessoas não apenas da raiva (e de inúmeras outras doenças zoonóticas transmitidas pelos cães), mas do medo associado a ela.

Esses são os únicos modos capazes de controlar a raiva canina e proteger as pessoas da doença evitável. Por meio da campanha “Vidas melhores para cães”, ativistas lutam para acabar com os assassinatos dos animais e melhorar suas condições.

Desde 2011, a World Animal Protection forneceu mais de um milhão de vacinas contra a raiva para cães. A organização também trabalha com os governos para desenvolver e criar estratégias nacionais para acabar com a raiva que incluam a o controle da população de cães em seu centro. Além disso, os ativistas educam as comunidades locais sobre o bem-estar animal e a tutela responsável de cães.

As ilhas africanas de Zanzibar abrigam 10 mil cães. Antes da intervenção dos ativistas, os cães eram baleados indiscriminadamente devido aos surtos de raiva. O grupo apoiou o governo para vacinar os animais e melhorar a tutela deles localmente. Nenhum caso de raiva humana é registrado no local desde 2013 e os cães já não são mortos em Zanzibar para controlar a raiva.

Outro exemplo é o Quênia que possui cerca de dois mil casos de raiva humana a cada ano. Os surtos de raiva eram combatidas com vacinas de cães aleatórias e ineficazes e os animais eram envenenados e baleados. Desde a parceria com o governo queniano em 2014, 100 mil cães foram vacinados contra a raiva e professores locais, oficiais de educação e veterinários foram treinados sobre a guarda responsável e a prevenção de mordidas de cães.

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