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Galinhas mortas para alimentação na Índia são injetadas com os antibióticos mais fortes do mundo

12 de fevereiro de 2018
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Centenas de toneladas de um “antibiótico de último recurso” – apenas usado nos casos mais extremos de doenças – são enviadas para a Índia anualmente para serem utilizados, sem supervisão médica, em animais que não precisam das drogas, mas que as recebem para acelerar seu crescimento.

Foto: Dinodia Photos/Alamy

 

O uso rotineiro de alguns dos antibióticos mais fortes – que os médicos alertam que deve ser usado nos casos mais extremos para que a resistência a eles não aumente e previna seu uso contra doenças – agora é uma prática comum na agropecuária em todo o mundo.  As consequências serão sentidas globalmente porque a resistência a antibióticos fortes é propagada entre organismos.

Caso fiquem sem tratamento ou sejam mal tratados, os germes que podem ser perigosos para os seres humanos se transformam em patógenos poderosos resistentes ao tratamento. A precariedade e a inadequação dos tratamentos de saúde pública contribuem com este processo, potencialmente disseminando os patógenos em todo o mundo.

Uma pesquisa do Bureau of Investigative Journalism descobriu que centenas de toneladas de colistina, descritas como um antibiótico de último recurso, foram enviadas para a Índia para o tratamento rotineiro de animais explorados em fazendas, principalmente de galinhas.

Segundo o The Guardian, a descoberta é preocupante porque o uso de drogas tão poderosas pode resultar em uma crescente resistência entre os animais que vivem em fazendas em todo o mundo. A colistina é considerada uma das últimas estratégias de defesa contra doenças graves, incluindo a pneumonia, que não pode ser tratada com outros medicamentos. Sem estas drogas, doenças que eram facilmente tratáveis no século passado voltarão a ser mortais.

Não há nada que impeça que os fazendeiros indianos, que incluem alguns dos maiores produtores de alimentos do mundo, de exportarem galinhas e outros produtos relacionados. Atualmente, não existem medidas que combatem essas exportações para o Reino Unido em termos de higiene, exceto para países da União Europeia. Qualquer regulamento que será negociado após Brexit pode não considerar essas normas.

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