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Ativistas lutam pelo fim da exploração de chimpanzés pela indústria do cinema

20 de janeiro de 2018
2 min. de leitura
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Um especialista em proteção animal do Reino Unido explica que as representações de animais felizes,  que muitas vezes aparecem “sorrindo” ou vestidos com roupas humanas, são enganosas e potencialmente prejudiciais.

Foto: Paramount Pics

Os “sorrisos” dos primatas  ocorrem frequentemente quando eles abrem os dentes para demonstrar pavor ou que estão “sofrendo” em silêncio, de acordo com o pesquisador.

Brooke Aldrich, da organização Neotropical Primate Conservation, no Peru, afirmou que é necessário fazer mais para educar o público e os cineastas sobre a natureza antiética de usar primatas na indústria cinematográfica.

Foto: Red Granite Pictures/Paramount

Ela acrescentou que utilizar os animais “banaliza” suas necessidades de proteção e bem-estar e contribui com a ideia equivocada de que eles são animais domésticos.

A investigadora analisou duas décadas de trailers de filmes de língua inglesa de 1993 a 2013 para verificar os papéis desempenhados pelos primatas.

Os animais foram explorados em vários sucessos de Hollywood, incluindo “The Hangover Part II”, “The Wolf of Wall Street” e “Babe: Pig in the City”. As descobertas de Aldrich revelam que, em mais da metade dos filmes, macacos e outros primatas apareceram com pessoas, frequentemente realizando ações “humanas”.

Em muitos casos, os chimpanzés e outros animais foram vistos  “sorrindo”, o que sinaliza medo ou submissão.

Foto: Warner Bros. Pictures

Aldrich explica que usar primatas nos filmes pode deturpar suas necessidades de proteção. Uma pesquisa descobriu que 35% dos entrevistados acreditavam que os chimpanzés não estavam em perigo devido às suas constantes aparições em filmes e na televisão.

Além da crueldade da prática, os ativistas temem que o uso contínuo de primatas em filmes reforçará esse erro. Embora o número de filmes com primatas seja relativamente baixo, o amplo alcance da indústria cinematográfica pode agravar a percepção de milhões de telespectadores sobre as necessidades dos animais, revela o Daily Mail.

De acordo com Aldrich, os orangotangos são a única espécie que não aparece muito nos filmes. É possível que isso ocorra porque eles são protegidos há muito tempo pela Lei de Espécies Ameaçadas dos EUA.

“Muitas vezes, pessoas bem-intencionadas e amantes de animais não reconhecem o sofrimento de primatas selvagens em cativeiro. Tendo em vista a frequência com a qual as pessoas veem imagens de chimpanzés ‘sorrindo’ ou macacos capuchinhos aparentemente felizes por usar uma roupa de pirata ou escovar os dentes, isso não surpreende. Enquanto os macacos e outros primatas continuarem sendo representados dessa maneira, esses mal-entendidos provavelmente continuarão”, afirmou Shee.

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